Quase sete a cada dez eleitores (68%) do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acreditam que ele sabia dos crimes de corrupção ocorridos em seu governo, segundo novos resultados da pesquisa Datafolha, divulgados nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo. Entre aqueles que pretendem votar no ex-presidente, condenado a doze anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), 50% acham que ele “não poderia evitá-la”, enquanto outros 18% pretendem escolhê-lo mesmo acreditando que ele consentiu com os delitos.
Aplicada ao eleitorado completo, a questão sobre o tema mostra que 83% dos brasileiros pensam que Lula tinha conhecimento dos ilícitos, sendo que a maior parte (54% do total) optou pela alternativa que diz que o petista “sabia da corrupção em seu governo e deixou ela ocorrer”. O índice geral dos que acreditam que o ex-presidente não tinha o que fazer para que a corrupção acabasse é de 29%.
Aqueles que responderam ao instituto de pesquisa que Lula não sabia dos fatos revelados por investigações são 13% e outros 5% disseram não saber responder. O Datafolha desta quinta-feira traz a informação de que 53% pensam que o ex-presidente deveria ser preso. O número representa mais do que a metade dos brasileiros, mas é 1% menor do que o registrado na última vez que o questionamento foi feito, em setembro de 2017.
O Datafolha ouviu 2.826 pessoas em 174 municípios, entre os dias 29 e 30 de janeiro. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
Liderança isolada
A primeira parte dos resultados da pesquisa, divulgada na madrugada de quarta-feira, mostra que o ex-presidente Lula manteve a liderança isolada para a disputa da Presidência da República em todos os cenários nos quais é incluído, com índices que variam entre 34% e 37% das intenções de voto. Na sequência, aparece em segundo o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que deve ser candidato pelo nanico PSL, que tem entre 16% e 18% quando o nome de Lula é apresentado.
Nas simulações que consideram o ex-presidente fora da disputa, Bolsonaro lidera isolado, indo de 18% a 20%. O segundo lugar neste cenário ficaria embolado entre ao menos quatro nomes: a ex-senadora Marina Silva (Rede), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o apresentador Luciano Huck, que não é filiado a nenhum partido e nega publicamente a hipótese de se candidatar ao cargo.