O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse nesta quinta-feira, 11, que os militares do Exército que atiraram contra um carro de família na Zona Oeste da capital fluminense, matando uma pessoa e ferindo duas, agiram de forma “incompetente e inapropriada”. Para ele, os militares “erraram muito”.
“Quando o Exército determinou a prisão, sinalizou que aqueles militares, de forma incompetente e inapropriada, erraram e erraram muito, vindo a assassinar pessoas inocentes”, disse Witzel.
Para o governador, o caso mostra que os protocolos de patrulhamento do Exército precisam ser modificados. “Esses jovens conscritos não têm a experiência que têm nossos policiais militares. Precisa, evidentemente, essa adequação para que não tenhamos mais esse tipo de erro”, disse, completando que o trabalho de dizer o que é suspeito ou não é função da polícia.
Nove militares são acusados de efetuar 80 disparos, na tarde do domingo 7, contra um carro onde estava uma família. O motorista, o músico Evaldo dos Santos Rosa, morreu no local. O sogro dele, Sérgio Araújo, que estava no banco do carona, ficou ferido com tiros nas costas e nos glúteos. A mulher de Evaldo e seu filho, que estavam no banco traseiro, não ficaram feridos. Um pedestre, que tentou ajudar a família, também ficou ferido.
Inicialmente, os militares disseram que foram atacados por criminosos e que responderam à agressão. De acordo com a versão dos militares que estavam no local, Evaldo e Sérgio eram criminosos.
Ao fazer a perícia no local, a Polícia Civil descobriu que as vítimas não eram bandidos e não estavam armadas. No dia seguinte, o Exército decretou a prisão em flagrante de dez dos doze militares que estavam na guarnição envolvida no episódio, ao verificar inconsistências nas versões do fato.
Na quarta-feira 10, a Justiça Militar decretou a prisão preventiva de nove desses dez militares. Segundo Witzel, ele só decidiu se pronunciar agora, quatro dias depois, porque, com a prisão preventiva, já há, de acordo com o governador, indícios suficientes de autoria do crime.