José Sérgio Gabrielli comandou a Petrobrás entre 2005 e 2012. Nesse período, a empresa foi saqueada em mais de 42 bilhões de reais, segundo mostraram as investigações da Operação Lava-Jato. Havia um conluio criminoso entre os diretores da estatal, as grandes empreiteiras e políticos do PT, do PMDB e PP. O grupo superfaturava as obras e dividia os lucros entre si. Muitos dos envolvidos confessaram os crimes e devolveram 6 bilhões de reais. Na semana passada, o próprio Gabrielli foi notificado pelo Tribunal de Contas da União para ressarcir os cofres públicos em 256 milhões de reais – referente a um único contrato fraudado.
O ex-presidente da Petrobras é um daqueles negacionistas da corrupção. Segundo ele, a estatal hoje é uma “empresa pequena”, que gera “rios de dinheiro” para seus acionistas. Em entrevista publicada no site da Fundação Perseu Abramo, do PT, Gabrielli dá a receita para tirar a Petrobras da crise em que se encontraria: “Precisamos ampliar o parque de refino no Brasil. Hoje, importamos 30% do GLP e do diesel, e 20% da gasolina porque estamos com dificuldades de produzir derivados, apesar de termos petróleo”, disse Gabrielli.
O parque de refino poderia realmente ser bem maior hoje. No processo que tramita no Tribunal de Contas, Gabrielli, mais três ex-dirigentes da estatal e a empreiteira Queiroz Galvão foram intimados a devolver dinheiro desviado das obras da Comperj, uma refinaria que começou a ser construída no Rio de Janeiro, nunca foi concluída e gerou perda de 60 bilhões de reais.