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PF não sabe o custo de manter Lula em cela em Curitiba

Alegação foi usada para pedir transferência do ex-presidente para presídio comum no começo do mês. VEJA obteve documento via Lei de Acesso à Informação

Por Leandro Resende
22 ago 2019, 17h18
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  • A Polícia Federal não sabe quanto custa manter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma dependência da Superintendência do órgão em Curitiba. Em resposta à requerimento feito por VEJA via Lei de Acesso à Informação, a corporação informou que “não foram encontrados registros de despesas realizadas com adaptações na referida sala”.

    No começo deste mês, a juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, atendeu a pedido da PF e determinou a ida do petista para uma penitenciária em São Paulo – o Supremo Tribunal Federal suspendeu a decisão e manteve Lula em uma dependência especial dentro da PF. Ele está preso no local desde abril do ano passado, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.

    Ao requerer a saída de Lula da sede da PF em Curitiba, a PF alegou, entre outros motivos, que a presença de dele no local gera gastos extras. Lula está preso em uma dependência de 15 metros quadrados no último andar da Superintendência da PF em Curitiba. O local era um dormitório para policiais e foi adaptado para receber o petista com cama, duas mesas, televisão e banheiro com chuveiro elétrico.

    Na decisão que autorizou a transferência do ex-presidente, a juíza Carolina Lebbos afirma que a PF precisou adaptar “parte da estrutura para adequar o espaço ocupado pelo preso, tendo em vista os parâmetros estabelecidos pelo Juízo da condenação” e que a presença do ex-presidente gera custos. “Em relação ao local de custódia, tem-se, a cada dia, a contínua e permanente sobrecarga imposta à Polícia Federal, em termos de recursos humanos e financeiros”, escreveu Lebbos. A juíza também aceitou o argumentos da PF de que a presença de Lula traz “permanente transtorno aos moradores da região”.

    À época da prisão de Lula, em abril do ano passado, reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que a PF alegava ter custos de cerca de 300 mil reais por mês com a presença do petista. No requerimento feito à PF, VEJA indagou quais seriam os custos específicos gerados pela presença de Lula entre sua prisão no dia 7 de abril de 2018, e o dia 7 de agosto deste ano, quando saiu a decisão para sua transferência. Diante da resposta recebida via Lei de Acesso à Informação, a reportagem procurou a assessoria de imprensa da PF para esclarecer, afinal, qual é o custo financeiro de manter o ex-presidente encarcerado em Curitiba. Em nota, a corporação informou que “não há informações disponíveis sobre os assuntos abordados na consulta”.

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