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PF prende mais dois suspeitos de hackear autoridades

Segunda fase da Operação Spoofing cumpriu mandados em São Paulo, Ribeirão Preto e Brasília. Ao todo, seis estão presos sob suspeita de invasões

Por Redação
Atualizado em 19 set 2019, 12h51 - Publicado em 19 set 2019, 11h19

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 19, a segunda fase da Operação Spoofing, que investiga os responsáveis por hackear celulares de autoridades, como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, parlamentares, procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba e até o presidente Jair Bolsonaro.

Cerca de 30 agentes da PF cumpriram dois mandados de prisão temporária, com prazo de cinco dias, e fizeram buscas e apreensões em quatro imóveis ligados aos suspeitos em São Paulo, Sertãozinho (SP) e Brasília. Os presos são o estudante Luiz Henrique Molição, de 19 anos, e Thiago Eliezer Martins.

Na primeira fase da Spoofing, deflagrada em julho, a PF prendeu o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como Vermelho, que admitiu ter invadido os celulares de procuradores da Lava Jato, e outras quatro pessoas próximas a ele: o ex-DJ Gustavo Henrique Elias Santos, a mulher de Santos, Suelen Priscilla de Oliveira, e Danilo Cristiano Marques. Os quatro estão presos preventivamente em Brasília. As investigações correm sob a 10ª Vara Federal do Distrito Federal e têm à frente o juiz Vallisney de Souza Oliveira.

Em depoimento à PF, Delgatti confessou ter invadido os celulares das autoridades a partir do hackeamento da conta no Telegram de um promotor que o investigava em Araraquara (SP), sua cidade natal.

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Na lista de contatos do promotor Marcel Zanin Bombardi, Delgatti encontrou o número de telefone de um integrante do “Valoriza MPF”, grupo de Telegram criado pelo procurador regional da República José Robalinho Cavalcanti. Um dos membros do grupo, cujo nome o hacker disse não se recorda, tinha o contato do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP). Através do celular do parlamentar, “Vermelho” chegou ao número do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A invasão ao aparelho de Moraes forneceu ao hacker o telefone do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Por meio da agenda de Janot, ele contou ter obtido o número de membros da força-tarefa da Lava Jato, como os procuradores Deltan Dallagnol, Orlando Martello Júnior e Januário Paludo.

Segundo Delgatti Neto, o acesso aos telefones das autoridades ocorreu entre março e maio de 2019, e que somente armazenou o conteúdo das conversas dos membros do Ministério Público do Paraná, porque, em sua avaliação, constatou “atos ilícitos” dos procuradores. Ele admitiu ter repassado mensagens obtidas em grupos do Telegram dos procuradores da Lava Jato ao site The Intercept Brasil, do jornalista Glenn Greenwald, a quem contatou por meio da ex-deputada federal Manuela D’Ávila.

Uma série de reportagens do The Intercept, publicadas em parceria com outros veículos, como VEJA, mostraram condutas impróprias de Sergio Moro enquanto juiz da Lava Jato e de procuradores responsáveis pela operação no Paraná. Moro se comunicava com Deltan Dallagnol pelo Telegram e passava instruções ao Ministério Público Federal (MPF), prática proibida a magistrados, que devem ser neutros e imparciais na conduções dos processos.

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