Parlamentares bolsonaristas estão usando as redes sociais para atacar o governo federal por autorizar a captação de verbas para uma produção que contará a história da cantora Ludmilla. As informações, no entanto, foram distorcidas pelo deputado Mário Frias (PL-SP), ex-secretário especial da Cultura do governo de Jair Bolsonaro.
Em uma publicação no Twitter, Frias afirmou que quase 5 milhões de reais foram aprovados “para produção de um programa a ser apresentado em televisão, baseado na história da cantora e apresentado por ela.” Ele ainda publicou uma foto de Ludmilla ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O L de milhões”, escreveu.
Um despacho da Agência Nacional do Cinema (Ancine), publicado no Diário Oficial da União, de fato autorizou a captação de recursos para o filme Ludmilla – Solta a Batida. O valor aprovado é de 4,9 milhões de reais e o pedido foi feito pela produtora Filmes do Equador, que não tem qualquer relação com a cantora. Ludmilla esclareceu que não tem vínculo com o projeto e não participará da apresentação ou captação de recursos, e chamou Frias de “desinformado e mal-intencionado”.
Após a publicação de Frias, outros parlamentares bolsonaristas, como os deputados Daniel Freitas (PL-SC) e Junio Amaral (PL-MG) espalharam a mentira que a cantora receberia o dinheiro para a produção do projeto. “Agora é a vez da Ludmilla receber 5 milhões da Lei Rouanet. Lula não mentiu sobre a picanha, ele apenas não contou que era para os “artistas”. Viva o “Pai dos Pobres”!”, escreveu o deputado Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG), ex-ministro do Turismo de Bolsonaro. O deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) chamou Ludmilla de “maconheira” e disse que a “pelegada está sendo paga” via Lei Rouanet.
Em janeiro, o alvo dos bolsonaristas foi Claudia Raia. A atriz teve pouco mais de 5 milhões de reais aprovados, por meio da Lei Rouanet, para a produção de duas apresentações.