O porta-voz da Presidência da República, general Otávio do Rêgo Barros, disse nesta terça-feira, 15, que o presidente Jair Bolsonaro não considera a operação da Polícia Federal contra o presidente do PSL, deputado federal Luciano Bivar (PE), “justa causa” para deixar a sigla.
“O presidente não entende como ‘justa causa’ (a operação da PF). Até porque seria como antever o futuro. E nenhum de nós é vidente em situações políticas”, disse Rêgo Barros.
Ainda segundo o general, Bolsonaro não sabia que a operação seria realizada. Na terça-feira passada, o presidente externou a crise ao pedir a um militante que “esquecesse o PSL” e dizer que Bivar estava “queimado para caramba”. No dia seguinte, Bolsonaro recebeu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o diretor-geral da PF, Maurício Leite Valeixo.
Para o porta-voz, não há contradição em Bolsonaro atacar Bivar e fazer movimentos para a saída do PSL, mas manter no cargo de ministro do Turismo o deputado Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), denunciado por suposto caso de candidaturas laranjas na legenda.
“O presidente tem dado apoio ao ministro do Turismo e aguarda solução. No caso específico e pontual de hoje, Bolsonaro não há de comentar”, disse Rêgo Barros.
Segundo o porta-voz, Bolsonaro não decidiu se deixará o PSL. “Neste momento, o presidente avalia todas as possibilidades”, disse.
Rêgo Barros afirmou ainda que não há anormalidade em movimento do líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), de se unir à oposição para tentar obstruir votação da medida provisória que trata sobre a reformulação da estrutura do Poder Executivo.
“Entendemos que o que sai daqui do Poder Executivo é o melhor a ser apresentado aquela Casa, que caminha com as suas próprias pernas. Inclusive a parcela do partido que eventualmente possa não estar, num ponto específico, alinhado com as preferências de governo do presidente”, declarou o porta-voz.