Presidente do ICMBio é exonerado após três meses no cargo
Saída de Adalberto Eberhard abre caminho para que ministro Ricardo Salles acelere proposta de fundir a entidade ao Ibama
O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Adalberto Eberhard, foi exonerado nesta terça-feira, 16, após três meses no cargo. Como noticiou o Radar, Eberhard pediu demissão depois de o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ter anunciado a abertura de um processo disciplinar contra servidores do ICMBio que estavam ausentes a um encontro com ruralistas no final de semana.
Em carta ao ministro, o agora ex-presidente do ICMBio alega “motivos pessoais” para deixar o cargo, No sábado, Salles afirmou que a ausência de servidores do instituto era um “desrespeito à figura do ministro, do presidente do ICMBio e do povo gaúcho” que justificaria uma apuração interna.
Salles e Eberhard visitavam a região do Parque Nacional Lagoa do Peixe. Após ouvir queixas de pescadores e produtores locais sobre o ICMBio, o ministro pediu para que os funcionários do órgão se juntassem a ele na mesa.
“Não tem nenhum funcionário?”, perguntou na sequência. “Vocês vejam a diferença de atitude: está aqui o presidente do ICMBio que, embora seja um ambientalista histórico, uma pessoa respeitada no setor, veio aqui ouvir a opinião de todos vocês. E na presença do ministro do Meio Ambiente e do presidente do ICMBio, não há nenhum funcionário aqui.”
A exoneração pode acelerar a proposta de Salles de fundir o ICMBio ao Ibama, que cuida do licenciamento ambiental e do controle do desmatamento, entre outras ações. Questionado, o ministro não negou a intenção, mas não citou datas. “Por enquanto, ainda não faremos isso”, disse.
A mudança depende de projeto de lei. À reportagem, Salles afirmou que agradecia ao “grande trabalho que o Adalberto fez à frente do ICMBio num momento muito difícil e de reestruturação” e admitiu que ainda não tem um nome substituto.
(Com Estadão Conteúdo)