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Presidente do PPS, Roberto Freire deixa Ministério da Cultura

Na avaliação da legenda e do ministro da Cultura, presidente Michel Temer não tem mais condições de permanecer e deveria ter renunciado ao cargo

Por Felipe Frazão
Atualizado em 18 Maio 2017, 19h10 - Publicado em 18 Maio 2017, 17h20
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  • Um dos dois ministros do PPS com cargos no governo do presidente Michel Temer (PMDB)o titular da Cultura, Roberto Freire, decidiu que vai deixar a pasta ainda nesta quinta-feira. Ele acompanha a decisão das bancadas do partido na Câmara e no Senado, que optaram por defender a renúncia do presidente. Freire foi ao Palácio do Planalto comunicar a decisão a Temer.

    O outro ministro do PPS, o titular da Defesa, Raul Jungmann, havia decidido mais cedo que acompanharia Freire e também abandonaria o governo. Eles passaram o dia em telefonemas comentando os desdobramentos do caso e desembarcariam do governo em operação casada. No entanto, Jungmann ao Ministério da Cultura e avisou ao colega que não vai pedir sua exoneração neste momento, apontando a estabilidade das Forças Armadas como justificativa para permanecer no cargo, por enquanto.

    “A decisão de sair é política do partido, todos achavam que eu devia sair. Não volto atrás. Mas não vamos fazer oposição ao governo. O Raul fica por causa das Forças Armadas, ali é melhor não criar nenhum problema ” disse Roberto Freire a VEJA, a caminho de reunião com Temer no Palácio do Planalto. Levava sua carta de demissão.

    Carta de demissão de Roberto Freire do Ministério da Cultura
    Carta de demissão de Roberto Freire do Ministério da Cultura (Reprodução/VEJA)

    Na véspera, Freire dissera que a situação de Temer era “crítica” e admitira que houve debates abertos sobre a renúncia presidencial num encontro da base e ministros na casa de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. A renúncia era aguardada pelo PPS. Para o partido, Temer perdeu a sustentabilidade política.

    Presidente nacional do PPS, Freire assumiu o Ministério da Cultura em novembro, na esteira do escândalo envolvendo o antecessor, Marcelo Calero, que acusou o presidente e o então ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, de pressioná-lo a rever, por razões políticas, uma decisão técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

    Freire também chegou a ser citado na delação da Odebrecht por suspeita de caixa dois, mas o Supremo Tribunal Federal pediu uma nova avaliação do caso ao Ministério Público Federal. Em entrevista a VEJA, negou ter se beneficiado irregularmente, criticou a esquerda e disse que gostaria de reformar a Lei Rouanet.

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    Mais cedo, os parlamentares do PPS divulgaram, com o consentimento dos dois ministros, uma nota que dizia que, sendo confirmada o conteúdo da gravação do empresário Joesley Batista com Temer, o peemedebista “precisa renunciar imediatamente para a preservação dos interesses do Brasil, com a manutenção da recuperação da economia, a retomada do crescimento e a geração de empregos”.

    A nota conclui abrindo a possibilidade de o partido apoiar a aprovação de uma emenda constitucional que estabeleça eleições diretas para a Presidência da República antes de 2018. “A saída para a crise deve respeitar o balizamento constitucional. Esta obediência à Carta Magna fará com que os poderes da República busquem a solução democrática, inclusive até com a possibilidade de realização de nova eleição direta, devolvendo para o povo a chance da escolha daquele que comandará o país até 2018”, concluiu o texto.

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