Previdência: Maia apoia idade mínima igual para homens e mulheres
Para presidente da Câmara, igualdade entre gêneros, "em todos os temas", é um "pleito das mulheres" e proposta de Temer deve ser aprovada sem mudanças
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu, em entrevista coletiva na terça-feira, que homens e mulheres tenham a mesma idade mínima para a aposentadoria, de 65 anos. Para Maia, esse ponto, que consta na proposta da reforma da Previdência enviada pelo governo Michel Temer, deve ser mantido porque o tratamento igual aos homens, “em todos os temas da sociedade” é “um pleito das mulheres há muitos anos”.
“Quando você quer caminhar para um equilíbrio, tem que ser um equilíbrio em tudo”, disse ele, que citou uma pesquisa em que 65% dos brasileiros teriam se manifestado a favor da idade igual para os diferentes gêneros. Entre os argumentos de militantes contrários à proposta, estão o fato das mulheres ainda serem submetidas à dupla jornada e receberem, em média, 30% a menos que os homens pelos mesmos trabalhos.
As declarações do parlamentar foram dadas em uma entrevista coletiva, após uma reunião dele com o presidente da Comissão que analisa a Previdência, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), e outros parlamentares da base aliada. Ele fez uma defesa veemente da aprovação do projeto tal qual enviado pelo presidente Michel Temer, sem emendas ou alterações. “O texto que veio do governo é o que precisa ser aprovado. É o texto que vai garantir, no futuro, os pagamentos dos aposentados”, afirmou Maia.
Na avaliação do presidente da Câmara, o Brasil vive uma “oportunidade” de reorganizar o sistema da previdência social. “Talvez a última”, segundo ele, que lista Portugal e Grécia como países que “perderam” essa “oportunidade” e tiveram que cortar, à vista, benefícios de aposentados.
Base aliada
Segundo Rodrigo Maia, a reunião desta terça – que contou com a presença do novo líder da Maioria na Câmara, Lelo Coimbra (PMDB-ES), ele, Marun e outros seis deputados – teve como objetivo avaliar o trabalhos das comissões e os calendários sobre o tema, além de “tirar as dúvidas” que os parlamentares da base aliada têm sobre o assunto.
O deputado fez questão de ressaltar que o encontro não tinha a finalidade de negociar a redução de nenhum artigo da proposta do governo. “Todos os pontos têm a sua importância e o seu objetivo”, frisou. “Se ficarmos dilapidando a reforma da Previdência, os efeitos serão inócuos.”