Com a delação homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro deixou a cadeia no Paraná e vai cumprir o restante da pena em sua casa, em São Paulo. O delator estava detido na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Os relatos do empreiteiro tiveram peso decisivo nos processos em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado em processo da Operação Lava Jato – um relativo ao tríplex do Guarujá (que o levou à prisão, também em Curitiba) e outro sobre o sítio de Atibaia.
O acordo de delação do ex-presidente da OAS levou mais de dois anos de negociação e foi pivô de uma crise interna na Procuradoria-Geral da República (PGR). Na semana passada, membros do grupo da Lava Jato renunciaram após a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pedir ao Supremo o arquivamento de parte da delação do empreiteiro em que ele citava o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e um dos irmãos do presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, segundo fontes que acompanham a investigação. Até a principal assessora da chefe do Ministério Público Federal na área criminal, Raquel Branquinho, deixou o posto na Procuradoria-Geral.
Ao homologar a delação de Pinheiro, o ministro do Supremo arquivou cinco anexos rejeitados por Dodge. Além dos trechos em citam Maia e o irmão do presidente do Supremo, teriam sido arquivados anexos que citavam o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro.
Léo Pinheiro foi preso pela primeira vez na Operação Juízo Final 7ª fase da Lava Jato deflagrada em novembro de 2014. Foi para a prisão domiciliar, por ordem do STF, e voltou para o regime fechado em 5 de setembro de 2016. O empreiteiro tem cinco condenações na Lava Jato.
(Com Estadão Conteúdo)