O PSDB foi o primeiro partido a fechar questão a favor da reforma da Previdência, cujo texto-base foi aprovado nesta quarta-feira por 379 votos contra 131 na Câmara dos Deputados. Além do relator do texto ser o deputado tucano Samuel Moreira, o secretário especial da Previdência do governo Bolsonaro, Rogério Marinho, também é filiado à sigla. Mesmo assim, a bancada do PSDB não entregou todos os seus 29 votos a favor da emenda constitucional que endurece as regras de aposentadoria. A deputada federal Tereza Nelma (AL) desconsiderou a orientação do partido e votou contra a reforma.
“Não poderia jamais trair as pessoas que mais precisam, que seriam prejudicadas pelo texto enviado pelo governo”, disse ela, em vídeo publicado na noite desta quarta-feira. “Lutei muito para incluir emendas que pudessem melhorar o texto, tivemos algumas conquistas, mas que não foram suficientes para acabar com os privilégios”, completou.
Não é a primeira vez que a parlamentar destoa da posição dos colegas de partido. Conhecida por suas bandeiras em defesa das mulheres e do público LGBT (criou o dia do orgulho gay em Maceió), ela apoiou Fernando Haddad (PT) contra o então candidato Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição passada – segundo ela, “em defesa da democracia e das minorias”. Professora e psicóloga, ela está em seu primeiro mandato na Câmara e foi a única mulher de Alagoas eleita para o Parlamento.
Na quarta-feira, Tereza comunicou ao presidente do PSDB, Bruno Araújo, que votaria contra a reforma, e foi alertada por ele de que poderia sofrer sanções por isso. O estatuto do partido prevê de advertência a expulsão a parlamentares que não seguirem o fechamento de questão. Tereza, por sua vez, já avisou que vai tentar alterar o texto aprovado com a apresentação dos destaques.