Proposta do guru de Bolsonaro sobre CPMF é ‘tiro no pobre’, diz Alckmin
Em agenda de campanha em Guarulhos, tucano afirmou que 'o candidato da bala deu o primeiro tiro'; ele propôs a unificação de cinco impostos em um só
O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, classificou nesta quinta-feira, 20, como “tiro no contribuinte, na classe média, no pobre e na economia” as propostas de Paulo Guedes, guru econômico de Jair Bolsonaro (PSL), de criar uma tributação aos moldes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e uma alíquota única de imposto de renda, de 20%, para pessoas físicas e jurídicas.
As promessas de Guedes, escolhido de Bolsonaro para comandar um superministério da economia, foram reveladas nesta quarta-feira pela Folha de S. Paulo.
Em agenda de campanha em Guarulhos (SP), na manhã de hoje, Alckmin disse que “é fácil fazer ajuste passando a conta para o povo”. “O candidato da bala deu o primeiro tiro: deu tiro no contribuinte, deu tiro na classe média, deu tiro no pobre e deu tiro na economia. O que ele quer é aumentar imposto, nós vamos fazer exatamente o contrário: ajuste fiscal pelo lado da despesa, cortar despesa”, criticou o tucano.
Alckmin declarou ainda que as propostas não atingiriam os mais ricos, que “deslocam dinheiro para o exterior”, e que um “imposto em cascata”, como a CPMF, “prejudica a economia”. O tucano defendeu como reforma tributária a proposta de unificar cinco impostos, ICMS, IPI, ISS, PIS e Cofins, em um só, o Imposto de Valor Agregado (IVA).
“O mundo inteiro faz o IVA, que é o que vamos fazer, imposto de valor agregado, vamos simplificar, tirar cinco impostos, apertar o cinto do governo para não apertar o cinto da população”, prometeu.
Questionado por jornalistas sobre os números do Datafolha divulgados na madrugada desta quinta-feira, que mostram o tucano estagnado em 9% das intenções de voto, Geraldo Alckmin respondeu que espera crescer nas pesquisas eleitorais nos últimos 15 dias de campanha, quando, na sua visão, aumenta o interesse da população pela eleição.
“Eleição é agora nesses próximos quinze dias. Estamos estáveis, o Datafolha mostra isso, e temos todas as condições para crescer nesse período, agora que aumenta o interesse da população, aumenta a participação na campanha eleitoral”.
Segundo o Datafolha, estão à frente de Alckmin Jair Bolsonaro, com 28%; Fernando Haddad (PT), com 16%; e Ciro Gomes (PDT), com 13%. Com ataques a Bolsonaro, o tucano tem buscado atrair eleitores antipetistas do deputado federal e se colocar como adversário mais competitivo contra o PT no segundo turno. Para o tucano, Haddad “já está” na parte decisiva do pleito.