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Convenção estadual do PT para lançar Marinho em SP vira ato pró-Lula

Carta e vídeo de ex-presidente preso em Curitiba foi lida durante o evento que também confirmou a candidatura de Eduardo Suplicy e Jilmar Tatto ao Senado

Por Da redação
Atualizado em 28 jul 2018, 15h29 - Publicado em 28 jul 2018, 08h32

Realizada no Sindicato dos Metalúrgicos durante a manhã deste sábado (28), a convenção estadual do PT para oficializar a candidaturas do ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho ao governo de São Paulo, virou uma prévia do lançamento da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcada oficialmente para a semana que vem.

Máscaras do ex-presidente, que está preso em Curitiba após ter sido condenado na Lava Jato, foram distribuídas pela militância, que a todo tempo cantava “olê, olê, olá, Lula”.

No início do evento, uma carta de Lula foi lida por Ana Estela, mulher do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. “Saibam todos vocês que estamos juntos em todos os lugares”, escreveu, em reforço ao discurso de mitificação que vem sendo encampado pelo PT desde que o ex-presidente foi preso.

Na carta, Lula aproveitou para criticar os dois postulantes ao governo de São Paulo que fazem oposição a Luiz Marinho: Paulo Skaf (PMDB) e João Doria (PSDB): “Aqueles que ajudaram a chocar o ovo do pato amarelo e os que há mais de duas décadas tratam São Paulo como o quintal de suas mansões não nos representam”.

Com o líder petista preso há mais de três meses, os dirigentes petistas tentam transmitir a todo tempo à militância que ele não está abatido e que continua “cheio de energia” para disputar a presidência. “Lula está bem informado, está acompanhando todo o movimento dos adversários. Às vezes me perguntam porque nós continuamos com Lula? Ele está com a gente há quarenta anos. E nós vamos ficar mais 40 anos com ele”, disse o ex-prefeito Fernando Haddad.

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A convenção também foi palco do anúncio das candidaturas do vereador Eduardo Suplicy e do ex-deputado Jilmar Tatto ao Senado. Em seu discurso, Tatto reforçou que o candidato do PT ao Planalto é Lula e descartou um eventual plano B. “Nós temos o Pelé. Não vamos por outro em campo”, disse ele.

Pela Lei da Ficha Limpa, Lula é considerado inelegível pois foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão em órgão colegiado – no caso, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região – referente ao processo do tríplex no Guarujá (SP). Mas, para que esse impedimento seja oficializado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) precisa indeferir o seu pedido de candidatura, que deve ser feito pelo PT no dia 15 de agosto. Ainda assim, a sigla pode recorrer de uma possível decisão contrária no Supremo Tribunal Federal (STF), a quem caberá dar a palavra final sobre se Lula pode ser eleito ou não.

Além da carta, a convenção transmitiu um vídeo de Lula em que ele ressaltava a trajetória de Marinho como presidente da CUT, ministro do Trabalho na sua administração e prefeito de São Bernardo do Campo. Em entrevista após o fim do evento, Marinho comentou que Lula estava “presente em espírito” no evento.

Em seu discurso, Marinho atacou duramente o ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB), que lidera as pesquisas eleitorais no Estado de São Paulo. “O verdadeiro João é um enganador, que promete e não cumpre. É um enrolador contumaz, que toma uma decisão e volta atrás logo em seguido. Vamos que ele é apenas um produto de marketing. Pura casca, sem qualquer conteúdo”, disse ele.

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Em relação ao governador Márcio França (PSB), ele pegou mais leve, dizendo que ele também “representa a continuidade dos desmandos dos governos tucanos”. O tom mais suave tem um motivo – no plano nacional, o PT ainda tem esperanças de conseguir a aliança com o PSB. “Talvez, ainda tenha pegado um pouco pesado”, brincou Marinho, após o fim da convenção.

A convenção estadual do PT em São Paulo ocorre em um momento em que o partido tenta atrair aliados para a sua coligação. As conversas mais avançadas se dão com o PCdoB, que ficará responsável por indicar o vice na chapa de Marinho. O partido ainda tem esperanças de conseguir a aliança com o PDT, que durante convenção estadual nesta quinta-feira anunciou apoio ao governador de São Paulo, Márcio França (PSB).

Luiz Marinho, que disputou internamente a vaga ao governo com o ex-prefeito de Guarulhos Eloi Pietá, terá a difícil missão de defender a candidatura de Lula num tradicional reduto do PSDB. O PT nunca conseguiu conquistar a cadeira do Palácio dos Bandeirantes, que foi ocupada por mais de 20 anos pelos tucanos, e perdeu importantes prefeituras nas eleições de 2016 em meio à crise do impeachment de Dilma Rousseff.

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