A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta quinta-feira, 2, que o partido vai escolher um candidato a vice para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições 2018 apenas na véspera do registro da candidatura do petista, previsto para o dia 15 de agosto, data limite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No sábado, 4, o PT realiza sua convenção nacional para oficializar o nome de Lula, condenado em segunda instância na Lava Jato e preso, como candidato. Diante do fim do prazo para a escolha da chapa, no dia 5, Gleisi disse que o partido vai delegar à Executiva Nacional da legenda a escolha do vice até o dia 14, um dia antes do registro.
“Vamos remeter a decisão, por exemplo, do vice do presidente Lula, para a Executiva definir e (isso) deve ser feito na véspera da inscrição da candidatura”, afirmou a presidente do partido, em Curitiba, após o ex-presidente receber a visita dos músicos Chico Buarque e Martinho da Vila na sede da Polícia Federal, onde está preso.
A dirigente citou que o PT vai continuar buscando uma aliança com PCdoB e PDT, partidos que lançaram as candidaturas de Manuela D’Ávila e de Ciro Gomes, respectivamente. Gleisi citou que os comunistas deixaram aberta a possibilidade de uma aliança ao oficializar a candidatura da deputada estadual gaúcha.
Já o convite para Ciro ser vice de Lula foi feito por Gleisi ao presidente do PDT, Carlos Lupi. “Nós vamos convidá-lo formalmente para ser vice, com o Lula candidato”, diz o deputado federal Paulo Teixeira.
Sentenciado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de segunda instância, a 12 anos e 1 mês de prisão, o ex-presidente deve ter o registro indeferido pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa. Nesta quarta-feira, foi divulgada uma decisão em que o presidente da corte eleitoral, ministro Luiz Fux, diz ver “inelegibilidade chapada”, isto é, clara, no caso de Lula. Mesmo assim, o petista poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em busca de uma liminar que o garanta na disputa.
Pernambuco
Diante do acordo com o PSB que fez o partido ficar neutro na eleição presidencial, Gleisi Hoffmann disse que vai conversar com o diretório do PT em Pernambuco para amenizar o desgaste com a retirada da candidatura da vereadora de Recife Marília Arraes para o governo do estado.
Gleisi comentou que é “ruim” para o partido abrir mão da candidatura própria em Pernambuco, mas que o acordo foi necessário para resgatar um processo de união da esquerda na eleição presidencial. Na prática, com a neutralidade dos pessebistas, o PT conseguiu evitar que o PSB fechasse um acordo para apoiar a candidatura de Ciro Gomes.