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PT pede para Moro ser investigado por abuso de autoridade na eleição 2018

Gleisi Hoffmann, presidente do partido, disse que divulgação da delação de Palocci a seis dias do pleito configurou uma "interferência criminosa" do ex-juiz

Por Da Redação
Atualizado em 29 jul 2019, 21h19 - Publicado em 29 jul 2019, 19h43

O PT entrou nesta segunda-feira, 29, com um pedido de investigação sobre o ministro da Justiça, Sergio Moro, na Procuradoria da República no Distrito Federal. A sigla defende que ele cometeu prevaricação e abuso de autoridade no processo eleitoral do ano passado. Além disso, o partido vai fazer também uma representação no Ministério Público Eleitoral.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, declarou que vai basear os pedidos nas mensagens divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo, em parceria com o site The Intercept Brasil, que mostram procuradores da Operação Lava Jato dizendo que Moro considerava a delação do ex-ministro Antonio Palocci “difícil de provar”.

O procurador Paulo Roberto Galvão disse em um grupo de Telegram com outros membros da força-tarefa da Lava Jato que Moro dava importância à delação de Palocci porque ele era “o único que quebrou a omertà petista”. Omertà é um código de honra usado pela máfia italiana, baseado no voto de silêncio em inquéritos policiais e ações da Justiça. Na delação, Palocci versava sobre supostos crimes cometidos pelos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.

A delação de Palocci foi tornada pública por Moro no dia 1º de outubro de 2018, a seis dias do primeiro turno das eleições presidenciais. Na época, o então juiz foi acusado pela campanha de Fernando Haddad (PT) de querer influenciar na disputa eleitoral. Cerca de um mês depois, Moro aceitou o convite para ser ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro, que derrotou Haddad no segundo turno.

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“O PT está pedindo uma investigação sobre uma interferência criminosa de Moro no processo eleitoral de 2018 pelos crimes de prevaricação e abuso de autoridade”, afirmou Gleisi Hoffmann. “Moro queria mostrar que alguém ligado ao PT estava falando do partido e de Lula, e obviamente isto teve interferência grande [no resultado das eleições].”

Gleisi disse que a democracia brasileira foi prejudicada com a atuação de Moro. “Isso ajudou um homem que é louco [Bolsonaro], um louco com método, porque ele sabe o que quer atingir e está levando o país a uma crise sem precedentes.”

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Na semana passada, quatro suspeitos de invadir os celulares de autoridades dos três poderes, incluindo o do presidente Jair Bolsonaro, foram presos. Moro telefonou para algumas das vítimas para comunicar os ataques e sugeriu que as mensagens seriam destruídas por terem sido obtidas de forma ilegal.

Essas ações do ministro estão sendo questionadas pela oposição. Gleisi disse que o partido quer convocar Moro para prestar esclarecimentos no Congresso. Ele poderá ser chamado a prestar esclarecimentos na CPI das Fakes News, que será instaurada neste segundo semestre.

(Com Estadão Conteúdo)

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