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Quem é a indígena que acompanhou Bolsonaro na ONU 

Ysani Kalapalo se apresenta como 'a indígena do século 21' e defende o atual governo nas redes sociais, mas já participou de seminário LGBT no Congresso

Por André Siqueira Atualizado em 24 set 2019, 14h19 - Publicado em 24 set 2019, 12h12
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  • Influencer: a indígena tem um canal no YouTube com mais de 270 mil inscritos (YouTube/Reprodução)

    A indígena Ysani Kalapalo, moradora do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, é uma das integrantes da comitiva brasileira que participou da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, onde o presidente Jair Bolsonaro fez o discurso de abertura nesta terça-feira, 24.

    Em mais de 30 minutos, o presidente reafirmou sua posição contrária a iniciativas internacionais que se opõem à soberania brasileira na Amazônia e rechaçou “tentativas de instrumentalizar a questão ambiental e políticas indigenistas” em prol de interesses externos. Na plateia, Ysani filmou parte do discurso de Bolsonaro. 

    Apresentadora e youtuber, Ysani Kalapalo se apresenta como “a indígena do século 21”. Em um de seus vídeos em seu canal, que tem cerca de 276.000 inscritos, Ysani diz que o espaço é destinado para “curiosidade indígena”.

    Também no YouTube, o canal do Ministério das Relações Exteriores publicou um vídeo no qual Ysani afirma que “existem muitas fake news dizendo sobre as queimadas, que é culpa do governo Bolsonaro, que entrou e está queimando todo o Xingu. Não existe isso daí. A nossa cultura é fazer roça, para plantar mandioca e outras coisas. Isso faz parte da nossa cultura, queimar a roça para limpar, para que a gente possa plantar alguma coisa lá”, explica.

    A indígena também reforça, no vídeo, um dos argumentos utilizados por Bolsonaro para refutar a tese de que seu governo tem estimulado as queimadas. “Nessa época do ano, nessa época quente, sempre houve queimadas para queimar roça. Isso faz parte, é normal. Isso tudo é exagero que a mídia está dizendo. Não é culpa do governo”, acrescenta.

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    Nota de repúdio

    Em nota, representantes de 16 povos do Xingu assinaram uma nota de repúdio à escolha de Ysani por parte do governo Bolsonaro. “O governo brasileiro mais uma vez demonstra com essa atitude o desrespeito com os povos e lideranças indígenas renomados do Xingu e outras lideranças a nível nacional, desrespeitando a autonomia própria das organizações dos povos indígenas de decisão e indicação de seus representantes em eventos nacionais e internacionais”, dizem.

    As lideranças afirmam que a escolha é “ofensiva”, porque dá “destaque a uma indígena que vem atuando em redes sociais com o objetivo único de ofender e desmoralizar as lideranças e o movimento indígena do Brasil. “Não aceitamos e nunca aceitaremos que o governo brasileiro indique por conta própria nossa representação indígena sem nos consultar através de nossas organizações e lideranças reconhecidos e respaldados por nós”, finaliza a nota.

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    Em seu discurso, Bolsonaro disse que Ysani “goza da confiança e do prestígio da liderança indígena” e dirigiu críticas diretas ao cacique Raoni Metuktire, do povo Caiapó, afirmando que ele não representa todos os indígenas do Brasil. “Acabou o monopólio do senhor Raoni”, afirmou. Em seu perfil oficial no Instagram, Ysani publicou uma caricatura ironizando Raoni. “O defensor sem nenhum interesse”, diz a imagem.

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    Seminário LGBT

    Embora apareça defendendo o governo Bolsonaro em algumas de suas publicações, em 2013 Ysani Kalapalo participou do X Seminário LGBT no Congresso Nacional, promovido pelo então deputado federal Jean Wyllys (PSOL). À época, compôs uma mesa de debate sobre religião e diversidades, para falar sobre “movimentos indígenas em ação”.

    Ao se apresentar para o público, Ysani disse que acompanhava “a luta” do “grande deputado” Jean Wyllys “desde a época do programa Big Brother“. Também afirmou que a luta dos povos indígenas se comparava à luta dos homossexuais.

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