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Raquel Dodge cita Geddel como ‘líder de organização criminosa’

Procuradora-geral da República defendeu ao STF manutenção da prisão preventiva do ex-ministro, que continuará detido por decisão do ministro Edson Fachin

Por Estadão Conteúdo 19 out 2017, 21h25

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, considerou que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) “parece” ter assumido a posição de líder de uma organização criminosa. Para Dodge, a prisão preventiva do peemedebista é “imprescindível” para a continuidade das investigações contra ele.

Geddel foi preso em julho por tentativa de obstrução de justiça e colocado em prisão domiciliar dias depois. No último dia  de setembro, contudo, o ex-ministro foi novamente preso preventivamente após a Polícia Federal encontrar o equivalente a 51 milhões de reais atribuídos a ele em um apartamento em Salvador.

Para Raquel Dodge, Geddel Vieira Lima “fez muito em pouco tempo”. “A sua defesa não tem razão quando afirma que a apreensão destes quase R$ 52 milhões não é causa suficiente para um novo decreto de prisão. Não há registro histórico no Brasil de apreensão maior de dinheiro e, ao que tudo indica, dinheiro público desviado e ocultado ilicitamente”, escreveu Dodge. Segundo a procuradora-geral da República, o “valor monumental” indica a gravidade do crime.

“A elevada influência desta organização criminosa evidencia-se, aos olhos da nação, em seu poder financeiro: ocultou cinquenta e dois milhões de reais em um apartamento de terceiro, sem qualquer aparato de segurança, em malas que facilitaram seu transporte dissimulado. Este dinheiro seria apenas uma fração de um todo, ainda maior e de paradeiro ainda desconhecido”, segue Raquel Dodge.

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Nas palavras da procuradora-geral, está sendo investigada uma “poderosa organização criminosa que teria se infiltrado nos altos escalões da Administração Pública, e que seria integrada, segundo indícios já coligidos, por um ex-ministro de Estado e o ex-presidente da Câmara dos Deputados”. A apuração que levou ao dinheiro escondido no apartamento em Salvador mira desvios na Caixa Econômica Federal, com suposta participação de Geddel e do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.

A manifestação da PGR foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) após as defesas de Geddel Vieira Lima e do advogado Gustavo Ferraz, aliado do peemedebista, pedirem liberdade. O ministro do STF Edson Fachin manteve Geddel preso, mas substituiu a prisão preventiva de Ferraz por prisão domiciliar e pagamento de fiança.

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A manutenção da prisão do ex-ministro gera apreensão no Palácio do Planalto, que teme que ele opte por uma delação premiada como estratégia de defesa e implique a cúpula do PMDB. O baiano ocupou a Secretaria de Governo do presidente Michel Temer até novembro de 2016.

A procuradora-geral da República apontou que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal chegaram ao apartamento a partir da afirmação do delator Lúcio Bolonha Funaro de que entregou mais de 11 milhões de reais em espécie a Geddel. “Logo, a soma do dinheiro apreendido é muito superior às entregas de Funaro”, escreveu Raquel, que defendeu em manifestação que as investigações sobre o ex-ministro precisam prosseguir.

Para a PGR, em prisão domiciliar Geddel poderia “manter contatos, receber visitas, dar ordens e orientações que podem frustrar os objetivos das medidas cautelares nesta investigação”.

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(com Estadão Conteúdo)

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