A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal que encaminhe ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) a investigação sobre suspeitas de caixa 2 envolvendo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A apuração tem como base delações de executivos da J&F.
Pesam sobre Onyx Lorenzoni o relato e planilhas sobre pagamentos de 100.000 reais, em 2012, e 200.000 reais, em 2014, quando concorria a deputado federal. Lorenzoni admitiu em entrevista a uma emissora de rádio ter recebido 100.000 reais e pediu desculpas. Procurada nesta segunda-feira, a Casa Civil não se manifestou.
Dodge também solicitou que seja enviada a uma das varas criminais de Brasília uma denúncia contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A ex-militante do PSC, Patrícia Lélis afirma ter sido ameaçada por ele. A defesa de Eduardo nega a acusação. Lélis já havia movido ação contra o deputado Marco Feliciano (PODE-SP) por tentativa de estupro, mas o inquérito foi arquivado. Ela, então, se tornou ré sob acusação de falsa comunicação de crime e tentativa de extorsão do então chefe de gabinete do pastor e parlamentar.
Os pedidos ainda serão analisados pelos ministros-relatores dos casos — respectivamente Marco Aurélio Mello e Luís Roberto Barroso — e são fundamentadas no novo entendimento sobre o alcance do foro privilegiado, que só deve ser aplicado para crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.