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Reduto de esquerda no Rio tem brigas após resultado das urnas

Bolsonaristas bateram boca e agrediram apoiadores de Haddad na praça São Salvador; polícia foi chamada para conter ataques com garrafas

Por Fábio Codeço
Atualizado em 28 out 2018, 21h39 - Publicado em 28 out 2018, 20h32

No conhecido reduto da esquerda no Rio, a Praça São Salvador, no bairro do Flamengo, na Zona Sul da cidade, houve confusão e agressões após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para o cargo de presidente da República. Um grupo de cerca de doze eleitores bolsonaristas bateu boca com apoiadores de Fernando Haddad (PT).

Os eleitores do capitão reformado começaram a soltar fogos logo após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) soltar a primeira parcial, que dava 56% para Bolsonaro contra 44% para Haddad.

A discussão descambou para troca de agressões verbais até começaram a jogar garrafas de cerveja uns nos outros. Bolsonaristas gritavam “vão para Venezuela” e  “fora PT”. Os eleitores do PT revidavam com palavras como “fascistas” e “ele não”. Dez carros da polícia foram enviados ao local.

Ferido na confusão, Felipe Velloso, jornalista e professor de história, afirmou que estava se aproximando para registrar a briga com o celular quando jogaram uma garrafa em seu rosto. Ele tinha um ferimento pouco abaixo do olho esquerdo e foi prestar queixa na 9ª DP, no Catete.

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Apoiadores de Haddad se concentraram desde a manhã no local e ficaram até o final da votação. O clima de festa – com direito a roda de samba e chorinho – foi mantido na praça durante o dia.

Nas rodas de conversa, era comum encontrar eleitores que optaram por Eduardo Paes (DEM) para o governo do Rio. “Nunca tinha votado no Paes, mas respeito o que ele fez. Discordo de muita coisa, mas mesmo errando é um democrata. Wilson Witzel é autoritário”, disse o produtor cultural Raphael Sanguinete, que contou que vários dos seus amigos votaram no ex-prefeito “com resistência”. Witzel foi eleito governador.

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Já à noite, no momento em que o candidato derrotado Fernando Haddad começou a se pronunciar, um grupo de eleitores se aglomerou diante de um bar pra gritar “vai ter resistência”.

Novas provocações

Os ânimos voltaram a esquentar novamente por volta das 20h30, quando outro grupo pró-Bolsonaro, que fazia um churrasco em frente ao Bar Império da Praça, começou a tocar, em um equipamento de som, o Hino Nacional, além de músicas de exaltação ao candidato do PSL, incluindo uma versão de “Let It Be”, dos Beattles, em que o refrão dizia “Ele sim”.

Depois que a polícia mandou parar a música, eles começaram a gritar frases de provocação como “Silêncio na prisão” e “Lula, ladrão, Curitiba é a solução”. Houve reação do outro lado da rua, por parte da turma pró-Haddad, que respondia: “Fascistas, não passarão” e “Vai ter luta”.

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