O senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou neste sábado que retirou sua candidatura à presidência do Senado. Ele subiu à tribuna durante a segunda tentativa de realização do pleito e afirmou que o processo deixou de ser “democrático”. Para o parlamentar, a decisão de seus opositores de abrir o voto, apesar de a eleição ser secreta, foi uma tentativa de “constranger a maioria”. “Não vou me submeter.” O político ainda acusou seus adversários de quererem “ganhar de todo o jeito”. “Se eles podem tudo, sou eu que vou ser contra a Constituição?”
“Não sou candidato, para defender a democracia e o interesse do Brasil”, acrescentou. “Eu não sou o Jean Wyllys. Eu não vou renunciar o meu mandato. Eu vou ficar aqui.”
O senador “anunciou” seu rival, Davi Alcolumbre (DEM-AP), como o novo presidente da Casa, embora naquele momento a votação ainda não tivesse terminado. Após algum debate, os senadores e a Mesa Diretora decidiram continuar a votação normalmente, apesar da desistência do candidato.
A decisão de Renan abriu caminho para a vitória de Alcolumbre, confirmada com 42 votos. O emedebista teve apenas 5.
82 votos para 81 senadores
A eleição para a presidência do Senado – marcada desde sexta-feira por confusão – ganhou um novo e infame capítulo neste sábado. Ao final da votação secreta, feita com cédulas de papel, descobriu-se 82 votos na urna para 81 senadores, um a mais do que o correto. Além disso, duas cédulas estavam fora do envelope, como seria o certo.
Diante da irregularidade, a Mesa Diretora decidiu pela realização de uma nova eleição. No pleito, também serão usadas cédulas. O impasse revoltou alguns dos senadores, que acusaram “fraude” no processo. Outro ironizou: “Manda o Toffoli decidir”.