O senador Renan Calheiros (MDB-AL) decidiu não participar da convenção na qual o MDB vai oficializar a candidatura da também senadora, Simone Tebet (MDB-MS), à Presidência nas eleições deste ano. O evento está marcado para esta quarta-feira, 27, e será virtual.
Renan faz parte de uma ala do MDB que é contra a candidatura de Tebet e que defende a tese de que, para fazer frente ao projeto de reeleição de Jair Bolsonaro (PL), o partido deveria apoiar a candidatura do ex-presidente Lula já no primeiro turno. A avaliação de Calheiros e de aliados, concentrados essencialmente em diretórios emedebistas no Nordeste, é a de que a correligionária se mostrou pouco viável até agora, e a manutenção de uma candidatura que nunca deixou a rabeira nos levantamentos de intenção de votos drenaria recursos da sigla – são 364 milhões de reais de fundo eleitoral – que poderiam ser empregados em palanques regionais. Nas pesquisas divulgadas até aqui, Simone Tebet não chegou aos 5% das intenções de voto.
A decisão de não participar da convenção aconteceu horas depois de o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, ter negado um pedido de liminar feito por um aliado muito próximo de Renan para adiar a convenção. Na petição, Hugo Wanderley Caju, um delegado do MDB, alegava que a plataforma escolhida pela legenda para a realização da reunião era incapaz de “garantir o sigilo do voto”.
A tendência é que outras lideranças importantes do MDB repitam o mesmo gesto feito pelo senador que presidiu o Congresso durante o governo de Lula, entre 2005 e 2007. A ideia também tem o endosso de personagens como o ex-senador Eunício Oliveira, que também já presidiu o Senado e também endossa a candidatura de Lula. Na semana passada, integrantes do MDB de 11 estados declararam apoio à candidatura petista.