Robôs russos atuaram na campanha de Aécio em 2014
Estudo feito pela FGV identificou 24 perfis no Twitter que replicavam propaganda do tucano e apresentavam indícios de terem sido criados no país de Putin
Eles passaram por aqui também. Pesquisa produzida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) concluiu que robôs criados possivelmente na Rússia atuaram na campanha presidencial de 2014 em prol do então candidato pelo PSDB, Aécio Neves. Os robôs, ou bots, no jargão da internet, são programas de computador formatados para automatizar determinados procedimentos — nesse caso, o de publicar tuítes favoráveis ao tucano. Para atuar nas redes sociais, esses bots, como é costume, apresentavam-se com perfis falsos — pesquisadores detectaram pelo menos 699 na campanha de Aécio. Destes, 24 tinham um padrão curioso: usavam nomes brasileiros, como Wesley Rodrigues e Alberto Muniz, mas vinham acompanhados de imagens coletadas de websites russos, memes e banners em língua russa. “Diversos indícios nos levam a crer que essas contas eram controladas por usuários na Rússia e no Leste Europeu, contratados para prestar serviços a agências e empresas brasileiras”, afirmou a VEJA o pesquisador da FGV Amaro Grassi. A assessoria de Aécio afirmou que “não usou robôs nem autorizou que qualquer empresa ou pessoa o fizesse” e que, pelo contrário, foi vítima de bots que atuaram pela campanha da sua adversária, Dilma Rousseff.
A partir do segundo semestre de 2014, tuítes pró-Aécio, num característico comportamento de robô, passaram a ser disparados de maneira repetitiva e simultânea em horários programados. Mostravam, por exemplo, o então candidato envolto na bandeira do Brasil ou dizendo estar 12 pontos à frente de Dilma Rousseff em Minas Gerais. Os perfis com digitais russas foram criados praticamente na mesma data, em 2 e 3 de agosto de 2013, e cessaram as atividades entre outubro e novembro de 2014, períodos que coincidem com o primeiro e o segundo turno das eleições. Nesse tempo, geraram um total de 14 400 publicações, uma média de 600 por perfil.
Em nota, o Twitter afirmou que, diferentemente da hipótese apresentada pela FGV, as contas citadas não têm origem russa.
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