Sem alarde, o ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, está em negociações avançadas para se filiar a um partido político e disputar, no próximo ano, uma vaga ao Senado pelo Distrito Federal. O destino preferencial do militar é o Podemos, partido de centro-direita que tenta atrair o ex-juiz Sergio Moro para ser o candidato presidencial da chamada terceira via.
Para além do Senado, nos últimos dias Santos Cruz ouviu da cúpula do Podemos que o nome dele pode funcionar como uma espécie de coringa e ser apresentado como vice-presidente da República em uma eventual composição com Moro. O general também foi aconselhado a não descartar a hipótese de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados e atuar como puxador de votos para a legenda. Caso se viabilize mesmo como nome ao Senado, Santos Cruz passará a costurar com o senador José Antônio Reguffe, pré-candidato ao governo pelo partido, apoios à chapa que a sigla terá para os cargos majoritários no DF.
Procurador-geral da República no auge da Lava-Jato, Rodrigo Janot também está no radar de filiações do Podemos. Desde o início do ano passado, meses após revelar a VEJA que entrou no Supremo Tribunal Federal armado para atirar contra o ministro Gilmar Mendes, ele considera lançar-se na política. Embora não tenha manifestado com todas as letras o desejo de disputar uma vaga de deputado federal ou senador, em conversas reservadas com parlamentares disse estar à disposição para “colaborar” com o partido e para formular propostas, que seriam encampadas pelos demais candidatos, para modernizar o Judiciário.