Se depender da Petrobras e da Novonor, Guido Mantega fica sem emprego
Lista de novos executivos que deverão compor o conselho da Braskem não inclui o nome do ex-ministro de Lula e Dilma
Durante a transição de governo, no final de 2022, o presidente Lula convidou o ex-ministro Guido Mantega para compor o grupo responsável por traçar as metas de planejamento, orçamento e gestão, mas acabou tendo de afastar o amigo em função de uma condenação imposta pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O ex-ministro, que conduziu a economia do país entre março de 2006 e janeiro de 2015, foi então dar aulas virtuais na Fundação Perseu Abramo, que pertence ao Partido dos Trabalhadores. Enquanto isso, muitos petistas que no passado caíram em desgraça por corrupção e outros malfeitos foram resgatados do ocaso por Lula e pelo PT no primeiro ano do governo — menos Mantega.
As investidas para encontrar um novo emprego para o ex-ministro têm sido até agora infrutíferas.
A primeira tentativa de arrumar um bom lugar para o ex-ministro foi na mineradora Vale. A simples menção a essa ideia fez as ações da empresa despencarem na bolsa. A última incursão foi na mineradora Braskem, que vai trocar membros de seu conselho de administração em breve.
Se depender dos controladores da Braskem, no entanto, Guido vai continuar desempregado. A Petrobras, uma das donas da Braskem, já apresentou ao grupo de acionistas quatro novos nomes para o conselho da mineradora e Guido Mantega não está entre eles.
Já a Novonor, antiga Odebrecht, que tem a maior fatia da Braskem, tampouco foi consultada pelo Palácio do Planalto para encaixar o ex-ministro em uma das vagas, segundo executivos ouvidos por VEJA. Se for, afirma que vai desconversar. A Braskem tem um total de 11 conselheiros e dez deles deverão ser trocados nas próximas semanas.
A preocupação dos controladores da Braskem não é só com relação à indicação de políticos para o conselho de uma empresa de mineração que busca uma administração técnica, mas com eventuais efeitos que uma medida como essa pode ter no valor das ações da companhia. Em 2021, a empresa teve lucro líquido de 14,1 bilhões.