‘Tem uns oitenta no páreo’, diz Bolsonaro sobre candidatos a chefiar a PGR
Presidente afirma que irá escolher até sexta-feira 16 quem será o novo procurador-geral da República a partir de setembro e compara indicação a um casamento
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 9, que vai indicar o nome para o comando da Procuradoria-Geral da República até a próxima sexta-feira 16. Segundo ele, o ministro da Justiça, Sergio Moro, tem apresentado sugestões, mas ainda não há uma definição sobre o sucessor de Raquel Dodge.
“É uma escolha muito importante. É o mesmo que casamento. Tem de se escolher bastante para se casar. Todo mundo está no páreo. Tem uns 80 no páreo”, disse o presidente ao deixar o Palácio do Alvorada, acompanhado por Moro. Segundo ele, o ministro foi encontrá-lo para que pudessem participar juntos da cerimônia de entrega de espadas dos novos oficiais generais do clube militar. “Em grande parte me aconselho com ele [Moro]. Eu sou técnico de um time de futebol e ele é um jogador. Ele conversa, dá sugestão, assim como os demais ministros”.
Um dia antes, o presidente havia dito que o novo procurador-geral da República não deve tratar as questões sob sua alçada com “radicalismo” e atuar “sem estrelismo”. Como exemplos do que considera posturas radicais, citou a defesa de minorias e do meio ambiente e interferência em assuntos militares.
“Esperamos ter um procurador que trate a questão ambiental, por exemplo, sem radicalismo. O Brasil está há seis anos tentando fazer o linhão [de energia] Manaus – Boa Vista [e não consegue], em grande parte pelo problema ambiental”, disse, ao deixar o Palácio da Alvorada.
O mandato de Dodge termina em 18 de setembro e a indicação compete ao presidente. Tradicionalmente, a escolha é feita entre os três candidatos mais votados por procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que encaminham uma lista tríplice ao chefe do Executivo. O presidente pode ou não acatar as indicações.
Bolsonaro sinalizou que tem cinco nomes cotados, o que inclui a recondução de Dodge ao cargo. Na lista do MPF estão os subprocuradores Mário Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blal Dalloul. O nome do procurador Augusto Aras também é citado como alguém que tem a simpatia do presidente.
O indicado deverá passar ainda por uma sabatina na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado e ter o nome aprovado pelo plenário da Casa. O presidente disse que o chefe do MPF deve ser “discreto”. “Não quero alguém que traga para si os holofotes. Em todos os meios têm gente que trabalha com estrelismo”, disse.
(Com Agência Brasil)