Em pronunciamento ao lado do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), na tarde desta quarta-feira, 7, o presidente Michel Temer (MDB) relatou que entregou as chaves do gabinete presidencial “simbolicamente” a seu sucessor e o convidou a fazer viagens internacionais até o final do ano, incluindo a cúpula do G20, na Argentina, entre 30 de novembro e 1º de dezembro.
Temer afirmou que seu governo “colabora intensamente” na transição do Palácio do Planalto e que empregará “todos os esforços” pela aprovação no Congresso, ainda em 2018, de medidas que Bolsonaro entenda necessárias.
Os dois não falaram diretamente sobre a reforma da Previdência nem responderam a perguntas de jornalistas a respeito do assunto. O presidente eleito já afirmou, no entanto, que gostaria que ao menos parte das alterações nas aposentadorias propostas pelo governo Temer fosse aprovada pelos parlamentares antes que ele tomasse posse. “Gostaríamos que saísse alguma coisa e não é o que nós queremos ou o que a equipe econômica quer. É aquilo que a gente pode aprovar na Câmara e no Senado”, disse Jair Bolsonaro ontem.
“Estamos aqui dispostos a colaborar intensamente, não é uma colaboração apenas formal, mas uma colaboração verdadeira. Até pedi que ele [Bolsonaro] nos mandasse eventuais projetos que ainda estejam em andamento na Câmara e no Senado sobre os quais haja interesse de que ainda agora se possa aprová-los. Se for assim, envidaremos todos os esforços para essa aprovação”, afirmou Michel Temer.
Bolsonaro disse ter conversado com Temer “sobre vários assuntos”, entre os quais governabilidade e a continuidade de “projetos de interesse do Brasil”. “Ele está disposto a colaborar conosco no que for possível nesses últimos dias de 2018 e da minha parte também, como manifestei a ele, o procurarei mais vezes até o final do ano para que juntos possamos fazer uma transição de modo que os projetos de interesse do Brasil continuem fluindo dentro da normalidade”.
Jair Bolsonaro afirmou ainda que pode voltar a consultar Temer após assumir a Presidência. “Se preciso for, a partir do ano que vem voltaremos a pedir que ele nos atenda, porque tem muita coisa que continuará. O Brasil não pode se furtar do conhecimento daqueles que passaram pela Presidência. Isso será útil a todos nós.”