O presidente Michel Temer (MDB) e o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, conversaram na manhã desta segunda-feira sobre “segurança pública e segurança nas fronteiras”, segundo a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto. Na conversa, Temer e Segovia trataram ainda sobre a possível criação de uma Polícia Federal fardada.
Auxiliares do presidente negam que os dois tenham abordado o depoimento do ex-procurador geral da República Rodrigo Janot à PF, nesta segunda-feira, em um inquérito que apura irregularidades no processo de delação premiada de executivos do Grupo J&F. Interlocutores do Planalto dizem também que não foram tratadas na conversa as repostas para as 50 perguntas encaminhadas ao presidente pela PF, no âmbito de uma investigação aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre um suposto esquema de corrupção no Porto de Santos.
Na última sexta-feira, Michel Temer teve um encontro com seu advogado, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, em São Paulo. Segundo Mariz, Temer vai responder a todas as perguntas, apesar de a defesa considerar alguns dos questionamentos “impertinentes”. Ao contrário do ano passado, quando, em junho, ignorou a PF e não respondeu a nenhuma das 82 indagações feitas no âmbito de outro inquérito – sobre corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa no caso do Grupo J&F -, desta vez o presidente decidiu responder.
As respostas do presidente aos investigadores deverão ser protocoladas no STF nesta semana. O relator do inquérito na Corte é o ministro Luís Roberto Barroso.