O presidente Michel Temer (MDB) defendeu, nesta sexta-feira 9, a nomeação da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho. “Não é questão de mérito, mas de princípio. Cabe ao presidente nomear”, declarou Temer reconhecendo, no entanto, que todo esse embate e desgaste, por tanto tempo, “não foi bom”.
Em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, o presidente afirmou que, com a desincompatibilização de pelos menos doze ministros que pretendem disputar as próximas eleições, ficaria inviável se cada juiz decidisse dar uma liminar impedindo a nomeação de quem ele escolheu.
“Posso até cometer um erro administrativo ao escolher um ministro, que não é o caso, já que Cristiane Brasil é competente, trabalhadora e presta bons serviços ao país. Mas isso não é ‘revisável’ por um juiz de primeiro grau. Imagina se cada ministro que eu nomear, um juiz impede?”
Ao citar as ações impetradas para impedir que Cristiane Brasil assuma o cargo por causa de dívidas trabalhistas, Temer disse que as cinco foram iguais, sugerindo que a questão virou uma batalha política. Em seguida, o presidente afirmou que aguarda a decisão do Supremo Tribunal Federal para decidir a questão do princípio da nomeação, que reiterou ser de sua competência.
Temer evitou, entretanto, ser direto ao responder sobre sua candidatura à Presidência nas eleições de 2018. “Eu sou candidato a passar para a história como alguém que pegou o país em uma recessão profunda”. Dizendo estar empenhado na aprovação da reforma da Previdência e na divulgação dos “avanços” de seu governo, ele foi cauteloso ao afirmar que não é candidato, “no momento” e “por enquanto”.
O presidente disse ainda que não está preocupado com sua popularidade, ao salientar que uma vez ouviu de um empresário que ele deveria aproveitar sua baixa aceitação na população para fazer reformas impopulares e disse: “É isso que estou fazendo”.
Sobre a situação da segurança pública no país, Temer reconhece que o quadro “está tão angustiante que as questões dos estados vêm todas parar no governo federal”.
Ao prometer um Plano Nacional de Segurança Pública para ajudar as unidades da federação, o presidente salientou que é preciso reconhecer que “há uma repartição de competências entre o que o governo federal pode fazer e que os Estados podem fazer” e, por isso, o papel do seu governo será de “coordenação”.
(com Estadão Conteúdo)