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Temer intervém para evitar apoio do PP a Ciro Gomes

Planalto ameaça retirar cargos caso partido decida apoiar Ciro, que já chamou Temer de 'ladrão' e 'quadrilheiro'. PP ocupa 3 ministérios e comanda a Caixa

Por Estadão Conteúdo 12 jul 2018, 14h27
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  • O presidente da República, Michel Temer, durante assinatura de decretos que regulamentam o Código de Mineração e a lei que disciplina a cobrança da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) - 12/06/2018
    Presidente fez chegar recado ao partido: "podem apoiar quem quiserem, menos Ciro" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

    O Palácio do Planalto ameaça tirar cargos do PP no governo se o partido decidir apoiar o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes. Terceira bancada da Câmara, com 49 deputados, o PP é o maior partido do chamado Centrão e controla os ministérios da Saúde, das Cidades e da Agricultura – com orçamentos que, juntos, somam 153,5 bilhões de reais -, além de ter o comando da Caixa Econômica Federal. A pressão do Planalto e divergências no bloco – também formado por DEM, Solidariedade e PRB – mantêm indefinida a posição do Centrão na disputa.

    Em reunião realizada nesta quarta-feira, 11, na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os partidos que compõem o grupo não chegaram a um acordo e escancararam a divisão interna. Além das quatro siglas, participaram do almoço na casa de Maia políticos dos nanicos PSC e PHS, além do ex-deputado Valdemar Costa Neto, chefe do PR.

    Antes do encontro, o presidente Michel Temer fez chegar ao PP o seguinte recado: “Vocês podem apoiar quem quiserem, menos Ciro Gomes”. Em conversas reservadas, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, avisou, na semana passada, que trabalharia para que os “infiéis” perdessem os cargos. Auxiliares de Temer sabem que o PP não engrossará a campanha do pré-candidato do MDB, Henrique Meirelles, mas não querem ver o aliado aderindo ao rival.

    Ciro chamou o presidente, recentemente, de “quadrilheiro” e “ladrão”. Disse ainda que ele será preso. O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), defende o aval ao pré-candidato do PDT, posição compartilhada por Maia e pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, que dirige o Solidariedade. Uma parte do DEM, porém, quer apoiar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), assim como o PRB. “Estamos pondo as divergências à mesa para ver como conseguimos construir as convergências”, disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), ex-ministro da Educação de Temer.

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    Fiel da balança

    O apoio do Centrão é visto como fiel da balança na disputa pelo Palácio do Planalto. Se todos os partidos estiverem juntos, a avaliação do próprio governo é de que o grupo pode desequilibrar o jogo em favor de um candidato. É por esse motivo que o Planalto age para evitar que o PP fique com Ciro.

    O dote eleitoral oferecido pelo bloco é de, no mínimo, 4 minutos e 12 segundos por dia no horário eleitoral de rádio e TV, que começa em 31 de agosto. Somente as quatro legendas – DEM, PP, Solidariedade e PRB – reúnem 124 deputados e têm palanques importantes, principalmente no Nordeste e no Sudeste. Embora o maior partido do grupo seja o PP, a força do DEM pode ser medida pelo comando da Câmara, zona de influência que a sigla quer manter na próxima legislatura.

    PSB e PDT negociam futura fusão

    Além dos partidos do Centrão, outra legenda que negocia apoiar Ciro Gomes é o PSB. No caso dos pessebistas, no entanto, as conversas estão mais adiantadas e envolvem até mesmo a discussão sobre uma eventual fusão com o PDT em 2019. “Tem conversas sobre isso com o PSB. Muitos têm esse desejo”, disse o presidente pedetista, Carlos Lupi.

    A ideia surgiu como uma forma de fortalecer a base parlamentar de Ciro em caso de vitória, mas também pode ser aplicada em caso de derrota dele. Unidos, PSB e PDT podem superar com facilidade a cláusula de desempenho, conquistar espaços nas comissões da Câmara, ampliar o tempo de TV no horário eleitoral gratuito e reforçar o caixa, com a soma dos recursos do Fundo Partidário.

    “Uma eventual coligação é o começo de um caminho que vamos ter a partir do ano que vem. Naturalmente, a sopa de letrinhas que temos hoje vai diminuir. A gente não vai fazer isso só pela legislação, mas pela identificação ideológica no nosso campo”, afirmou o deputado federal Julio Delgado (PSB-MG).

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    Essa não é a primeira vez que o PSB fala em fusão. Em 2016, quando ainda estava na oposição ao governo Dilma Rousseff, a executiva da legenda fez tratativas com o PPS para uma união, mas a ideia não avançou. A bancada do PSB na Câmara tem 28 deputados, enquanto a do PDT soma 19 parlamentares.

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