A primeira noite do ex-presidente Michel Temer em seu retorno à prisão foi passada em uma sala adaptada na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, segundo informações de seu advogado, Eduardo Carnelós. Ele diz que seu cliente deve ser mantido em uma sala de Estado maior (ambiente com maior comodidade que uma cela comum à qual o ex-presidente tem direito), que a princípio não existe no prédio.
A chamada sala de Estado maior não tem características de cadeia: se trata de uma sala individual e sem grades, com o que a juíza federal substituta Caroline Vieira Figueiredo, responsável pelo mandado de prisão, concordou.
Segundo Carnelós, a Polícia Federal está em busca de uma acomodação adequada para o emedebista, ou que se adapte uma sala para o ex-presidente. “Assim como eu insisto em dizer que a prisão é ilegal, se a lei determina que ele deve ser mantido em uma sala de Estado maior, que seja cumprida a lei”, disse.
Uma sala com estas características não está disponível ainda na PF em São Paulo. “A Superintendência informou que se não encontrar outro local de acordo com as exigências da lei, e fará um esforço para adaptar uma parte do prédio para acomodar o ex-presidente”, acrescentou o advogado.
Carnelós conversou com a imprensa na saída da PF em São Paulo. Ele ficou no local por 3h30, acompanhando Temer.
O advogado repetiu que não há fundamentos para a prisão do ex-presidente e ressaltou que a sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai analisar na terça-feira, 14, liminarmente o habeas corpus impetrado pela defesa mais cedo. “Tenho muita confiança que esta situação não perdure por muito tempo”, disse Carnelós.
De acordo com ele, Temer recebeu a nova prisão com a “indignação própria da injustiça que está sofrendo”. Carnelós ressaltou, no entanto, que ele e o ex-presidente confiam na Justiça.
(Com Estadão Conteúdo)