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Temer demitirá general que o acusou de fazer ‘balcão de negócios’

Antonio Hamilton Mourão, que já defendeu intervenção militar, disse que governo vive ‘sarneyzação’ e que tenta chegar a seu final ‘aos trancos e barrancos’

Por Da Redação Atualizado em 9 dez 2017, 20h46 - Publicado em 9 dez 2017, 20h45
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  • O presidente Michel Temer (PMDB) vai exonerar o general Antonio Hamilton Mourão do cargo que ocupa no Comando do Exército depois que ele afirmou que o peemedebista promoveu um “balcão de negócios” para se manter no poder. A demissão foi confirmada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann.

    Mourão, que é secretário de Economia e Finanças do Exército, vai ficar sem função à espera do tempo de ir para reserva, em março de 2018. Para o lugar dele, o comandante Eduardo Villas Bôas indicou o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira.

    Em palestra a convite do grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma), no Clube do Exército, em Brasília, na quinta-feira, 7, o general Mourão elogiou a pré-candidatura presidencial do deputado e capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro (PSC-RJ), defendeu a intervenção militar e criticou Temer.

    “Não há dúvida de que atualmente nós estamos vivendo a famosa ‘sarneyzação’ [em referência ao ex-presidente José Sarney]. O nosso atual presidente vai aos trancos e barrancos buscando se equilibrar e mediante o balcão de negócios chegar ao final de seu mandato”, disse o general.

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    Não é a primeira vez que o militar defende a ruptura institucional como solução para a crise política do país. Em setembro, Mourão falou três vezes em intervenção militar enquanto proferia uma palestra na Loja Maçônica Grande Oriente, também em Brasília: “Ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso.”

    Apesar da repercussão negativa, o ministro da Defesa e o comandante do Exército acertaram à época que não haveria punição ao oficial. No governo Dilma Rousseff (PT), ele fez críticas à então presidente e perdeu o comando direto sobre tropas da Região Sul, passando a ocupar o cargo atual, tido como de menor importância na estrutura da pasta.

    No episódio da última quinta-feira, o militar foi questionado sobre o que o alto generalato pensavam sobre a pré-candidatura de Bolsonaro. Mourão respondeu em sinal de apoio ao parlamentar, que saiu em sua defesa quando ele proferiu a palestra em setembro.

    “O deputado Bolsonaro já é um homem testado, é um político com 30 anos de estrada, conhece a política. E é um homem que não tem telhado de vidro, não esteve metido aí nessas falcatruas e confusões. Agora, é uma realidade, já conversamos a esse respeito, ele tem uma posição muito boa nessas primeiras pesquisas que estão sendo feitas, ele terá que se cercar de uma equipe competente, ele terá que atacar esses problemas todos, não pode fazer as coisas de orelhada, e obviamente, nós seus companheiros dentro das Forças olharmos com muito bons olhos a candidatura”, declarou.

    (Com Estadão Conteúdo)

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