Virgílio desiste de prévia com Alckmin e o chama de ‘cínico’

Prefeito de Manaus diz não ter "vontade nenhuma" de trabalhar pela eleição do governador paulista à Presidência e fala em ser expulso do partido

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 23 fev 2018, 20h24 - Publicado em 23 fev 2018, 20h22

Arthur Virgílio e Geraldo Alckmin (montagem) (VEJA/VEJA)

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, desistiu de disputar prévia com o governador paulista Geraldo Alckmin pelo posto de candidato à Presidência pelo PSDB. De acordo com ele, a prévia que estava sendo organizada pelo partido, que tem Alckmin como líder nacional desde dezembro, seria uma “fraude”. Virgílio Neto ainda classificou o paulista como “cínico”. “Me recuso a participar de uma fraude, de um simulacro de eleição”, disse.

A decisão foi tomada na noite desta sexta-feira, 23, após a executiva nacional tucana definir as regras da prévia. “Fizeram uma molecagem”, afirma Virgílio, ao se referir à decisão do partido de realizar apenas um debate entre os dois. O prefeito manauara defendia ao menos três embates, sendo um deles em São Paulo, governado há mais de sete anos consecutivos por Alckmin.

O comunicado oficial às lideranças do partido ainda não foi feito. À reportagem, Virgílio Neto diz que não tem “vontade nenhuma” de ajudar na campanha presidencial de Alckmin e não descarta, como consequência, ser expulso da legenda. “Já que não expulsam os ladrões do PSDB, quem sabe não me expulsam?”, ironizou.

Com a prévia nacional descartada, Alckmin deve trabalhar agora para um entendimento entre os pré-candidatos tucanos ao governo paulista a fim de evitar também um pleito interno para a escolha de seu sucessor. A ala paulista da legenda determinou, na última segunda, que a disputa ocorra no mesmo dia da prévia nacional, marcada anteriormente para 18 de março.