Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

A sombra luminosa de Pelé

Aos 75 anos, morre o ex-atacante Coutinho

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 15h37 - Publicado em 15 mar 2019, 07h00

Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Esse era um ataque, aquele do Santos do fim dos anos 50 e início dos 60, que soava como poesia e ainda hoje é declamado por quem gosta de futebol. Na segunda-feira 11, o verso se quebrou, com a morte de Antônio Wilson Vieira Honório, o Coutinho, aos 75 anos, de infarto fulminante. Foi o primeiro do quinteto a morrer. O apelido surgiu na infância — era o “Cotinho”, um jeito brincalhão de referir-se ao atleta de pequena estatura. No Santos, ele virou um gigante. Substituiu um nome venerado — Pagão, o craque predileto das lembranças de Chico Buarque. De 1958 a 1970, fez 368 gols em 457 jogos. Ajudou o alvinegro a ganhar duas Libertadores, dois Mundiais e uma penca de títulos no Brasil. Nelson Rodrigues, quando o viu em campo pela primeira vez, em 1959, não teve dúvida do que descobrira: “O sujeito que se chama apenas Coutinho dá logo a ideia de pai de família, de Aldeia Campista, Vila Isabel, Engenho Novo, com oito filhos nas costas e a simpatia pungente de um barnabé. Pois bem. Apesar de chamar-se liricamente Coutinho, o meu personagem da semana é um monstro, um Drácula, um ‘Vampiro da Noite’ do futebol”.

Era fácil, mas também um desafio, ser um gênio da camisa 9 ao lado do 10 eterno. Com algum ressentimento, mas boa dose de humor, chegou a comentar com Pepe sua lendária tabelinha com o Rei: “Todo gol bonito era dele e toda jogada errada era minha”. Pelé também errava e Coutinho fazia gols de Pelé. Ele só não foi maior, internacionalmente, porque teve atuação discreta na seleção brasileira. Integrou a equipe bicampeã de 1962, mas, contundido, não jogou. Pouco importa. Foi grande porque fez parte daquele ataque. Experimente pôr “Dorval” no Google e logo virá, em preenchimento automático,… Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.


O SINÔNIMO DE CARTOLA

Eurico Miranda
“QUEM FALOU?” - Era o bordão de Eurico para perguntas duras (Carlo Wrede/Agência O Dia/AE/.)

Poucas figuras da história do futebol brasileiro foram tão decisivas na construção de um personagem, o cartola, como o dirigente vascaíno Eurico Miranda. Boquirroto, falastrão, ele foi sempre muito malcriado com jornalistas, correto com os torcedores e adorável com os jogadores (Romário o tinha como um dos únicos amigos que fez no esporte). No clube cruz-maltino, numa carreira que começou como conselheiro, passou pela diretoria e chegou à presidência, viu o céu e o inferno. Foi campeão brasileiro, em 1997, e da Libertadores, em 1998. Mas era presidente quando o clube caiu para a série B do Campeonato Brasileiro, em 2015. Nunca fez questão de esconder a personalidade forte. Aos repórteres que o encostavam na parede com perguntas bem fundamentadas, ele soltava a indagação que virou bordão: “Quem falou?”. Como deputado federal, participou decisivamente do desfecho da CPI do Futebol, em 2001, na qual conseguiu livrar de punições o então presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira. Morreu na terça-feira 12, de câncer no cérebro, aos 74 anos, no Rio.

Publicado em VEJA de 20 de março de 2019, edição nº 2626

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.