Carta ao Leitor: Jornalismo de excelência
Reflexão a respeito dos fatos e revelações de interesse público sobre os poderes que movimentam a sociedade estão no DNA das reportagens de VEJA
O que vem sendo chamado de “era digital” tem um sinônimo incontornável: “era da informação”. Em nenhum outro momento da história humana foi possível saber com tanta facilidade — pela tela do celular, por exemplo — o que está ocorrendo em qualquer ponto do planeta. Ao contrário do que se poderia supor, o fenômeno, creditado, com razão, à internet, não traz apenas benefícios aos meios de comunicação; na verdade, impôs a eles desafios monumentais. O maior é que continuem imprescindíveis para o seu público, diante da avalanche de notícias postas em circulação por um sem-número de agentes e de interesses às vezes inconfessáveis, disso decorrendo a explosão das fake news.
Para enfrentar o novo cenário, VEJA se vale daquilo que a transformou na mais influente revista do país: o jornalismo de excelência nas diversas plataformas que levam sua marca. Reflexão a respeito dos fatos e revelações de interesse público sobre os poderes que movimentam a sociedade (os “furos”, no jargão da imprensa) estão no DNA das reportagens de VEJA, que, em sua natureza interpretativa, abrigam informação e opinião.
É com esse norte que, na presente edição, a revista se debruça sobre um variadíssimo leque de assuntos. No âmbito político, analisa o imbróglio surgido depois que o agora ex-secretário de Cultura Roberto Alvim divulgou um vídeo em que flertava com o nazismo, desencadeando uma crise que ecoou muito além de Brasília. No plano da economia — a face boa de um governo que notadamente comporta luz e trevas —, VEJA mostra como o ministro Paulo Guedes buscou difundir no Fórum de Davos, na Suíça, a ideia de um Brasil aberto aos investimentos estrangeiros. No campo da música, a revista faz uma detida radiografia do sucesso empresarial de Anitta, a prima-dona do funk.
Mas duas reportagens de saúde merecem destaque neste número. A primeira aborda a ameaça do coronavírus que apareceu na Província de Wuhan, na China, e, ao provocar mortes, começou a espalhar pânico em outras regiões. A segunda traz uma ótima notícia: as novas formas de tratamento do câncer estão contribuindo para derrubar a quantidade de óbitos provocados por ele — isso em um nível jamais visto na medicina —, na contramão do estigma representado pela doença. Saúde, a propósito, é tema recorrente em VEJA, que se tornou referência na cobertura do assunto graças à sua apuração atenta dos avanços nessa área. Na era da informação, o conhecimento transmitido com responsabilidade e rigor é um ativo fundamental para o cidadão. Entregar tal tipo de conteúdo regularmente a seus leitores — e representá-los na defesa incondicional da democracia — é a razão de ser da revista.
Publicado em VEJA de 29 de janeiro de 2020, edição nº 2671