Carta ao Leitor: O vigor da imprensa
A Editora Abril reafirma o empenho naquilo que constitui sua razão de ser: o jornalismo
Algumas vezes a imprensa se torna, ela mesma, o centro de um fato novo e de relevância pública — vale dizer, de uma notícia. Nos últimos dias, em duas oportunidades, isso ocorreu com a Editora Abril, que publica VEJA. Na segunda-feira 26, EXAME, outra revista da casa, realizou em São Paulo a 46ª edição do evento Melhores e Maiores, que premiou as companhias que mais se destacaram no ano de 2018 em vinte setores da economia. No dia seguinte, com mais de 90% de votos favoráveis, a assembleia dos credores do Grupo Abril aprovou o plano de recuperação judicial da empresa. A Abril havia entrado com o pedido em agosto de 2018, para renegociar dívidas no valor de 1,69 bilhão de reais.
No atual cenário brasileiro, o papel dos veículos livres de comunicação só tem crescido, sobretudo em relação à sua missão primordial: fiscalizar os poderes. Uma percepção de qualidade sobre a atuação do Executivo, do Legislativo e do Judiciário passa por um entendimento profundo do exercício das funções de cada um deles; algo que não se restringe ao que é “legal” ou “ilegal”. Para além disso, é preciso enxergar o ineficiente, o imoral e o antiético, sem deixar de lado o produtivo, o ousado, o transformador. É a imprensa — com reportagens e análises, como faz VEJA — que ajuda o cidadão a compreender melhor a complexidade da vida social. Isso, claro, exige recursos. E uma conjuntura econômica fortalecida, dedicada às reformas estruturais capazes de fazer o país avançar — como as comandadas pelo ministro Paulo Guedes, que, otimista com as privatizações, por exemplo, discursou durante uma hora na festa das Melhores e Maiores.
Confiante na retomada do ambiente de negócios no Brasil e tendo superado a etapa de aprovação de seu plano de recuperação judicial, a Editora Abril, com VEJA à frente, reafirma o empenho naquilo que constitui sua razão de ser: o jornalismo. Isso é, sem dúvida, notícia. Uma boa notícia — não apenas para a empresa e seus funcionários, como também para a democracia brasileira.
Publicado em VEJA de 4 de setembro de 2019, edição nº 2650