Morreram
Pierre Bergé, executivo francês da indústria da moda, cofundador da Yves Saint Laurent. Nascido na Ilha de Oléron, mudou-se para Paris com o objetivo de se tornar jornalista. Aos 19 anos, passou a trabalhar na cobertura de assuntos políticos. A experiência levou Bergé a conviver com nomes célebres de seu país, como o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980) e o estilista Christian Dior (1905-1957). Em 1958, em um desses encontros profissionais, conheceu o estilista Yves Saint Laurent (1936-2008), então com 22 anos, mas já um conceituado designer da Dior. Os dois começaram a namorar — e a parceria se estendeu para os negócios. Em 1961, eles criaram a empresa que ganhou o nome de Saint Laurent. Na década seguinte, a grife já era considerada a mais influente de sua geração. Nos anos 80, o casal se separou. Contudo, Bergé permaneceu na administração da companhia até 2002. Dia 8, aos 86 anos, de miopatia (uma doença neuromuscular), em Saint-Rémy-de-Provence, na França.
Edith Windsor, matemática e ativista social americana, referência no movimento LGBT. Sua história ficou famosa em 2009 e virou marco da luta de casais gays pelos mesmos direitos dos heterossexuais. Depois da morte de sua companheira, Edith foi excluída do benefício de isenção de impostos sobre a herança de sua parceira e teve de pagar 360 000 dólares em tributos. Ela então processou o governo. O caso chegou à Suprema Corte, que lhe deu ganho de causa. A decisão fez com que todos os direitos de herança fossem estendidos aos homossexuais — e serviu como uma das bases para que, em 2015, o casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse legalizado nos EUA. Dia 12, aos 88 anos, de causa não divulgada, em Nova York.
Fernando Pacheco Jordão, jornalista paulistano, ex-dirigente do Sindicato dos Jornalistas, com atuação decisiva no movimento que culminou no ato ecumênico na Catedral da Sé em protesto contra o assassinato do amigo e antigo companheiro de redação Vladimir Herzog nas dependências do DOI-Codi, em outubro de 1975. Foi editor em VEJA, chefiou o escritório da Editora Abril em Paris, além de trabalhar em O Estado de S. Paulo, na BBC e nas TVs Cultura e Globo. Escreveu Dossiê Herzog — Prisão, Tortura e Morte no Brasil (1978), um corajoso documento sobre o assassinato do colega, marco do começo do fim do regime militar. Havia quinze anos sofria as consequências de um AVC. Dia 14, aos 80 anos, de falência de múltiplos órgãos, em São Paulo.
Publicado em VEJA de 20 de setembro de 2017, edição nº 2548