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Escola é compromisso dos filhos

As famílias fazem mais do que deveriam

Por Rosely Sayão
Atualizado em 4 jun 2024, 17h21 - Publicado em 25 jan 2018, 06h00

Logo as aulas recomeçam para crianças, adolescentes e jovens. Os primeiros dias são uma alegria, principalmente para a criançada. Rever colegas e amigos, contar e ouvir sobre o que aconteceu no período em que não se viram, estrear o material escolar, conhecer a classe e os novos professores, perceber as mudanças no espaço físico que a instituição promoveu. Tudo é uma grande novidade!

A escola, hoje, tornou-se, especialmente para as crianças, o principal local de socialização com seus pares, já que são poucos os espaços públicos que as recebem com acolhimento, para que convivam e brinquem com tranquilidade e tutela. Por isso tem sido tão importante frequentar a escola. Entretanto, assim que o entusiasmo com as atualizações termina, estudar pode ser fonte de stress, pressão e angústia para muitos alunos. Tanto as escolas quanto as famílias colaboram para promover esse clima para os mais novos, muitas vezes sem perceber e com boas intenções. Por que isso ocorre?

Primeiramente, vamos ver algumas responsabilidades da escola nessa questão. Na maioria das instituições de ensino, é apenas quando os alunos estão em sala de aula que a educação acontece, porque temos uma tradição conteudista. Isso significa que concebemos a escola como local onde o professor transmite saberes aos alunos. Entendam-se, aqui, saberes como conteúdos escolares.
Tal pensamento gera inúmeras consequências: provas regulares e outros tipos de avaliação, notas, lições a ser feitas em casa, trabalhos com colegas etc. O problema é a carga pesada que tudo isso impõe ao alunado.

Uma das maiores consequências é que o aprendizado de tudo o que não é considerado conteúdo escolar fica desamparado: a convivência impessoal respeitosa, a responsabilidade com os colegas e com o espaço escolar, o desenvolvimento do companheirismo e de algumas virtudes, por exemplo, não recebem atenção planejada da escola, o que faz com que alguns fenômenos — como o bullying — surjam e afetem com intensidade a vida de muitos alunos.

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E as famílias? O que fazem para atrapalhar o desenvolvimento escolar dos filhos? Elas fazem mais do que deveriam. Podemos dizer que, na maioria das famílias de classe média, a vida escolar dos filhos é responsabilidade mais dos pais que dos estudantes. Busca de solução para problemas de todos os tipos, lição de casa, revisão de notas e de provas etc., tudo os pais fazem, pelos filhos ou com eles. Acontece que a escola é um compromisso dos mais novos. Deveria caber aos pais apoiar, encorajar, mas jamais fazer com ou por eles, ou mesmo corrigir os erros que cometeram. São eles que precisam aprender. Afinal, não é por isso que vão para a escola?

Termino com uma frase de Natalia Ginzburg, do livro As Pequenas Virtudes, para colaborar com as reflexões de quem tem filhos na escola: “(…) a escola deveria ser desde o início a primeira batalha a enfrentar sozinho, sem nossa ajuda; desde o início deveria estar claro que aquilo é seu campo de batalha, onde não podemos dar mais que um socorro esporádico e irrisório”.

Publicado em VEJA de 31 de janeiro de 2018, edição nº 2567

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