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"Condenar Waack ao ostracismo é abrir mão de tudo o que ele já fez e ainda pode fazer pelo bom jornalismo." Carlos Alberto de Siqueira, Belo Horizonte, MG

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 19h08 - Publicado em 17 nov 2017, 06h00

Assuntos mais comentados

  • O caso William Waack e o poder das redes sociais (capa)
  • Artigo “Um país de chatos”, de J.R. Guzzo
  • O suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo
  • Conversa com Doctor Rey
  • Artigo “Ouça todos os surdos” (Página Aberta), de Paula Pfeifer

Caso William Waack

William Waack é um dos profissionais mais brilhantes do jornalismo brasileiro. Inteligente, culto — até por isso mesmo odiado por muitos nas redes sociais. É claro que o comentário dele feito em vídeo divulgado recentemente foi odioso e deve ser repudiado por qualquer um de bom-­senso (“O poder fulminante”, 15 de novembro). Entretanto, uma questão ficou no ar: por que o senhor Diego Pereira guardou sua indignação por um ano para, somente agora, expô-­la? Um fato grave como esse merecia uma repercussão imediata. Espero que Waack receba punição justa. Condená-lo ao ostracismo é abrir mão de tudo o que ele já fez e ainda pode fazer pelo bom jornalismo.
Carlos Alberto de Siqueira
Belo Horizonte, MG

Tenho amigos negros e eu os amo. Igualmente amo meus amigos homoafetivos. Sou branco e eles me chamam de “alemão”, “batata”, “urso-polar” e “limão azedo”. Da mesma forma, eu os provoco com termos impublicáveis. Será que a nossa sociedade digital não está indo longe demais com suas dores? Falta de respeito são a ignorância com o outro, a maledicência gratuita e o jogo de poder no universo corporativo que nos joga literalmente num mundo egoístico e de murchamento.
Luiz Cláudio de Araújo
Goiânia (GO), via smartphone

Este país em desordem se revela paradoxal: nele, a população “condena” um homem por um ato que ela mesma está cometendo; ou seja, combate a intolerância sendo intolerante. Quem causou maior dano: a fala do jornalista (que, segundo a reportagem, foi “em tom de brincadeira”) ou a população, com seu ódio e com seu linchamento virtual?
José Moreira Matos
Juazeiro (BA), via tablet

Certa vez, questionei com meu advogado — um famoso criminalista — por que ele defendia estupradores assassinos, que comprovadamente haviam cometido crimes hediondos. Em resposta, ele levantou-se silenciosamente de sua cátedra e pinçou na prateleira de sua biblioteca um livro de Rui Barbosa. Abriu-o em determinada página e pediu-me que lesse. Pude então compreender que todos, por mais criminosos que sejam, têm direito à defesa, quando mais não seja, para que tenham condenação justa, dentro das prescrições legais e, melhor dizendo, para que não sejam linchados em praça pública. Constato hoje com tristeza que, com o advento das redes sociais, estamos, qualquer um de nós, sujeitos a ser sumariamente condenados e linchados pública e moralmente, como vejo acontecer com o excelente profissional William Waack.
Carlos Sá Pinto
Domingos Martins, ES

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J.R. Guzzo

Ufa! J.R. Guzzo, obrigado pelo artigo “Um país de chatos” (15 de novembro). Texto de lavar a alma. O mundo — “governado” com mãos de ferro pela intolerância das redes sociais — está cada vez mais chato.
Carlos Freitas
São Paulo (SP), via tablet

As patrulhas ideológicas estão de plantão, prontas para destruir a imagem do cidadão. Cumprimentar alguém de maneira mais efusiva pode se tornar caso de assédio sexual e usar termos como denegrir ou judiar pode incorrer em racismo ou preconceito. De fato, o Brasil tornou-se um país de chatos.
José A. Muller
Avaré, SP

Não pode haver mais nenhuma manifestação, piada ou qualquer assunto fora do politicamente correto? Quer dizer que, se me chamarem de “careca” (o que, de fato, sou), eu deveria considerar preconceito e fazer uma manifestação de carecas? Realmente está ficando bem chato!
Ivan Ferreira
São Paulo (SP), via tablet

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Luiz Carlos Cancellier

Memória – A última foto do reitor Luiz Carlos Cancellier, cinco dias antes de seu suicídio, na manhã de 2 de outubro, no shopping Beiramar, em Florianópolis (SC)
Memória – A última foto do reitor Luiz Carlos Cancellier, cinco dias antes de seu suicídio, na manhã de 2 de outubro, no shopping Beiramar, em Florianópolis (SC) (//Reprodução)

“Crônica de um suicídio” (15 de novembro) — eis um título que se aplica com perfeição a um país onde os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário se afogam num mar da própria lama rumo à falência múltipla de órgãos. A morte do então reitor da renomada UFSC, Luiz Carlos Cancellier de Olivo, após exatos dezoito dias de sua prisão arbitrária pela Polícia Federal, que, em vez de provas contundentes, buscou, mais uma vez, holofotes midiáticos numa ganância infame, demonstra excessos e truculência de um segmento que, a priori, deveria defender a nação e seus cidadãos em vez de primar pela divulgação de hashtags “graciosas” e difamatórias.
Maria das Graças Targino
Teresina, PI

“Crônica de um suicídio” é das maiores e mais dignificantes reportagens da história de VEJA. De sua leitura emergem sentimentos de vergonha, solidariedade, constrangimento e revolta.
Manoel Otávio C. Rocha
Belo Horizonte, MG

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VEJA apurou fatos e detalhes que as autoridades deixaram de averiguar. Terminei a leitura da reportagem chorando.
João Zarinello
Sertãozinho, SP

É impressionante como uma investigação malfeita pode destruir uma vida. Mais cautela nas decisões. Prestigiemos o princípio constitucional da presunção de inocência.

André Forster - Brasília (DF), via tablet

Extremamente comovente a reportagem sobre o injustiçado reitor. Esperamos que os responsáveis sejam punidos com muito rigor.
Laura Maia
Pleasant Grove, Utah, Estados Unidos, via tablet

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A magnífica “Crônica de um suicídio” torna obrigatória a indagação: e a responsabilidade, com quem fica? Tal como no caso da policial que foi metralhada por arma transportada no banco traseiro da viatura, parece que, como tudo neste pobre país, vai ficar “por isso mesmo”. Ou seja, a palavra responsabilidade parece ter sido banida do nosso dicionário. Ou não?
Ramon G. von Berg
Novo Hamburgo, RS


Doctor Rey

O surgimento do doutor Robert Rey no cenário político, com seu ímpeto juvenil salvacionista, nos acena com uma baforada de ares mais limpos do que os que respiramos até agora (“Sou a última esperança”, Conversa, 15 de novembro).
Eugênio Banús
Santo André, SP

Só faltava essa!
Sandra Brandino
São Paulo (SP), via tablet

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Página Aberta

No artigo “Ouça todos os surdos” (Página Aberta, 15 de novembro), a escritora Paula Pfeiffer me fez, pela primeira vez na vida, sentir-me compreendida. Chorei por ver que alguém conseguia traduzir em palavras as angústias do surdo com oralidade. Perdi parte de minha audição na primeira infância. Senti na pele as dificuldades de enfrentar uma sala de aula, tendo de me sentar sempre nas primeiras fileiras, ficar encarando os professores para realizar a leitura labial, insistir com alguns para que ficassem de frente para a turma ao explicar os conteúdos… Eu nunca entendia as conversas, precisava focar sempre apenas uma pessoa do grupo. Apesar de tudo, tive apoio da família e de alguns mestres. Estudei, me formei, trabalhei (sofri preconceito em locais de trabalho, também) e constituí família. A vida e a educação de um surdo com oralidade é, com certeza, bem mais difícil do que a do surdo que utiliza a linguagem de sinais.
Monica de Albuquerque de Andrade
Por e-mail

 

Publicado em VEJA de 22 de novembro de 2017, edição nº 2557

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