Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Temer, o candidato

Não é brincadeira: o presidente mais impopular da história cogita a hipótese de se candidatar à reeleição no ano que vem

Por Daniel Pereira Atualizado em 4 jun 2024, 17h46 - Publicado em 1 dez 2017, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em certas situações, há uma diferença abissal entre o que os políticos dizem em público e o que armam nos bastidores. Na quarta-feira 29, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, declarou que o presidente Michel Temer não tem a pretensão de disputar a reeleição: “O presidente diz, desde sempre, que cumprirá sua missão se conseguir colocar o Brasil nos trilhos. E, graças a Deus, o Brasil está começando a andar nos trilhos”. Nos gabinetes de Brasília, no entanto, o mesmo Padilha aparece como entusiasta da candidatura de Temer à reeleição. Seu principal parceiro nesse projeto é o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. Para a dupla, Temer, o mandatário mais impopular desde a redemocratização do país, pode conquistar um novo mandato se reerguer a economia. O crescimento do PIB e do nível de emprego transformaria a rejeição recorde de hoje em votos em 2018.

    Não é só a economia que alimenta esse sonho eleitoral. Acusados de cobrar propina, Padilha e Moreira, identificados como “Primo” e “Gato Angorá” nas planilhas da Odebrecht, apostam na reeleição para que eles mesmos, além de Temer, preservem o foro privilegiado. O governo deu o Ministério das Cidades ao chamado centrão, o grupo fisiológico que hoje dá as cartas na Câmara, não apenas para manter viva a chance de aprovar a reforma da Previdência, mas para começar a costura de uma ampla coligação eleitoral. Com a iminente debandada do PSDB, o governo quer ter um candidato que defenda seu legado na eleição. Essa figura pode ser o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, ou o próprio Temer. O tempo e as pesquisas se encarregariam de apurar o processo de escolha.

    Temer e Padilha nunca foram campeões de votos, mas sempre se mostraram especialistas na arte de conquistar poder. Escalados para tocar a articulação política do governo Dilma, eles usaram o mapa de votos no Congresso para derrubá-la. Empossados no comando do país, entregaram-se ao toma lá dá cá a fim de se safar das denúncias na Lava-Jato. O presidente e seus principais ministros estão certos de que o pior já passou. Superada a tempestade, não haveria razão para eles abrirem mão, desde já, de uma temporada de bonança. A candidatura à reeleição de Temer só está descartada nos discursos oficiais.

    Publicado em VEJA de 6 de dezembro de 2017, edição nº 2559

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.