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Anvisa libera CoronaVac para crianças acima de 6 anos

Agência recomendou que vacina não seja aplicada em pacientes imunossuprimidos

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 jan 2022, 13h40 - Publicado em 20 jan 2022, 13h11
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  • A vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, foi aprovada por unanimidade para uso em crianças e adolescentes de 6 a 17 anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta quinta-feira, 20. A vacina não deve ser aplicada em crianças imunocomprometidas, segundo recomendação da agência.

    Esta foi a segunda análise de pedido do instituto para uso da vacina na população pediátrica acima de 3 anos. O primeiro pedido, feito em julho, foi rejeitado em agosto por falta de dados para deliberação da Diretoria Colegiada. Esta nova solicitação foi feita pelo Butantan no mês passado.

    Para a avaliação, a agência se baseou principalmente em dados de segurança e eficácia de estudos realizados no Chile sobre a imunização de crianças a partir de 6 anos, que teve início no país em setembro do ano passado. Também foram consideradas recomendações das sociedades médicas de pediatria, infectologia e de imunizações.

    “Os dados sugerem benefícios e segurança e lembramos que não há tratamentos autorizados para crianças menores de 12 anos. Recomendamos que a vacina seja aplicada em crianças não imunocomprometidas e não há necessidade de diminuir a dose nem mudar a formulação da CoronaVac”, explicou, em sua apresentação, Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da agência.

    O intervalo entre doses será de 28 dias. Por falta de dados sobre os impactos para imunossuprimidos, como pacientes com câncer ou transplantados, o imunizante não foi liberado para este grupo. As informações sobre estudos em andamento continuarão sendo acompanhadas pela agência.

    A relatora Meiruze Freitas, diretora da Anvisa, citou dados de um estudo de fase 4 do Ministério da Saúde do Chile com quase 2 milhões de crianças. No público infantil imunizado com duas doses do imunizante, a efetividade ajustada encontrada na vacina foi de 74,23% para infecção pelo SARS-CoV-2, 74,12% para prevenção da doença sintomática da Covid-19, 90,24% para prevenção da hospitalização, 100% para prevenção de admissão na UTI e 100% para prevenção de óbitos.

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    “Os resultados sugerem, portanto, que a vacina CoronaVac foi significativamente efetiva contra hospitalização em UTI e óbitos na população pediátrica. Tais resultados são importantes na luta para salvar vidas e reduzir expressivamente os impactos no sistema de saúde”, afirmou.

    Os diretores destacaram a importância de ter mais uma opção de imunizante para acelerar a vacinação infantil e proteger esta população da variante de preocupação ômicron, que é altamente transmissível.

    Diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres destacou que a incorporação do imunizante ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) depende de decisão do Ministério da Saúde.

    “A Anvisa aprova e oferece opções ao Ministério da Saúde, que é o decisor se usará ou não a vacina hoje aprovada.”

    Em nota, o Instituto Butantan afirmou que a vacina é a mais utilizada no mundo e que se mostrou um imunizante seguro para a faixa etária. “A CoronaVac é cientificamente comprovada como a vacina mais segura e com menos efeitos adversos, além de ser a vacina mais utilizada em todo o mundo, com mais de 211 milhões de doses administradas no público infantil e juvenil, de 3 a 17 anos, somente na China.”

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    O imunizante recebeu autorização para uso emergencial em pessoas acima de 18 anos em 17 de janeiro de 2021, quando a enfermeira Mônica Calazans se tornou a primeira brasileira vacinada contra a Covid-19.

    Vacinação de crianças

    A agência liberou a versão pediátrica da vacina da Pfizer para a população de 5 a 11 anos em 16 de dezembro do ano passado. Mas a campanha de imunização enfrentou entraves por causa de barreiras impostas pelo governo federal, encabeçados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que se mostrou contrário à vacinação de crianças.

    Apenas após uma consulta pública e de uma audiência pública, o Ministério da Saúde anunciou que as crianças de 5 a 11 anos seriam vacinadas contra a Covid-19. As primeiras doses da vacina da Pfizer chegaram ao Brasil no dia 13 de janeiro e, no dia seguinte, o menino indígena Davi Seremramiwe Xavante foi a primeira criança a ser vacinada contra a doença no Brasil.

    O Brasil tem uma população pediátrica de 20 milhões de pessoas e o contrato do Ministério da Saúde com a farmacêutica Pfizer prevê a entrega de 20 milhões de doses até março. Outras 10 milhões de doses são negociadas e o montante previsto para aplicação da segunda dose, que será realizada com um intervalo de oito semanas, deve ser entregue no segundo trimestre deste ano.

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    Os estados têm se queixado da quantidade de vacinas recebidas nas primeiras remessas, que são insuficientes para a rápida imunização das crianças com comorbidades, primeiro grupo que está sendo vacinado. O governador João Doria (PSDB) classificou o repasse como “ínfimo” e destacou nesta quarta-feira, 19, que o índice de internação em UTI de crianças e adolescentes aumentou 61,3% nos últimos dois meses.

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