Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

As descobertas que trazem novas esperanças para o tratamento da calvície

Condição afeta metade dos homens após os 50 anos

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 set 2024, 19h18 - Publicado em 6 set 2024, 06h00

A demanda é milenar. Desde a Antiguidade há registros de inúmeras tentativas de resolver a queda de cabelo. As receitas chegavam a ser mirabolantes. Figuras históricas, como o imperador romano Júlio César (100-44 a.C.), apelaram até a uma pasta feita com ratos queimados. Mais de vinte séculos depois, preservar as madeixas continua sendo um desejo (e desafio) sobretudo para os homens. Uma das razões está na natureza: aos 30 anos de idade, um em cada quatro homens tende a perder um volume de fios. Aos 50, praticamente metade deles entra nesse time. E, com uma década de vida a mais, três em cada quatro veem clareiras no cocuruto. A alta incidência e a cultura de valorizar a cabeleira — um símbolo de juventude — explicam, portanto, a potência do mercado de tratamento capilar, que movimenta por ano 7,8 bilhões de dólares pelo mundo e só cresce.

A procura, evidentemente associada a investimentos, entrega boas notícias. Com novas tecnologias, o sonho de repovoar o couro cabeludo não só é possível como tem se tornado menos dramático e mais acessível. De fato, o arsenal de soluções baseadas em pesquisas — não nas crendices ancestrais — evoluiu significativamente (veja no quadro). Contempla uma gama de terapias que vão de sprays tópicos a transplante capilar, a depender da necessidade e do estágio da calvície. O grande salto nessa seara foi dado, recentemente, com a descoberta dos motivos fisiológicos por trás da queda de cabelo — e há que lembrar que, embora em menor número, mulheres podem penar com ela. Os achados abriram caminho ao desenvolvimento de produtos e técnicas aptos a driblar ou remediar processos naturais. “A perda dos fios está relacionada com a atuação de uma enzima que converte a testosterona, o hormônio masculino, em uma substância que encolhe os folículos capilares”, diz a médica Juliana Mendonça, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Esse fenômeno pode ser mais ou menos exacerbado pela influência genética.

arte cabelo

Para coibi-lo, farmacêuticas criaram moléculas como o minoxidil, a finasterida e a dutasterida — todas nasceram com outras finalidades, mas se mostraram úteis ao controle e à prevenção da queda. De loções a comprimidos, esses medicamentos costumam ser a primeira frente de combate à calvície. O uso deve ser feito sob indicação médica e a adesão diária faz diferença nos resultados, que levam três meses para aparecer. Procurar um especialista — um dermatologista ou um tricologista, o expert em cabelos — é crucial para identificar as origens da debacle capilar. Até porque doenças infecciosas (como a covid-19) e disfunções hormonais tendem a alimentar o quadro. Quando a alopecia é hereditária — diagnóstico de cerca de 42 milhões de homens no país, pelas estimativas da SBD —, tende a ser irreversível, mas pode ser controlada.

O ideal, em todos os casos, é buscar orientação médica aos primeiros sinais suspeitos. A demora pode comprometer o tratamento, e os remédios já não darão conta do recado. Foi o que aconteceu com o empresário Bruno Amadeu, de 38 anos. Ele estava na faculdade quando ganhou o apelido de “careca”. Chegou a tentar a aplicação de minoxidil, mas não se adaptou. Quando procurou um tricologista, a melhor saída seria o transplante capilar. Aí é que está: hoje, felizmente, mesmo quando a situação já progrediu, há como reparar o sumiço dos fios e a autoestima do cliente.

Continua após a publicidade
EVOLUÇÃO - Transplante capilar: resultados melhores com recursos high-tech
EVOLUÇÃO - Transplante capilar: resultados melhores com recursos high-tech (Luis Blanco/.)

Desde que foi desenvolvido nos EUA, ainda na década de 1950, o transplante capilar evoluiu sensivelmente. O resultado ficou melhor — adeus, “cabelo de boneca” — e o processo todo tornou-se menos doloroso. “A tecnologia nos ajuda muito tanto no planejamento como na cirurgia em si”, diz o médico especialista em transplante capilar Thiago Bianco, que tem entre seus pacientes personalidades como Roberto Carlos e Tom Cavalcante. O procedimento consiste em tirar cabelos da região mais abastada para a mais carente. “Mas, agora, transplantamos folículo por folículo com uso de microscópio e lâminas mais precisas”, afirma Bianco. A operação, feita sob anestesia, pode levar dez horas — tudo isso para garantir um acabamento perfeito após a recuperação. Sim, o desespero com a calvície está por um fio.

Publicado em VEJA de 6 de setembro de 2024, edição nº 2909

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.