O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira, 29, a primeira morte por monkeypox, mais conhecida como varíola dos macacos, no Brasil. O paciente, de 41 anos, era do sexo masculino e imunossuprimido. O homem era diagnosticado com um linfoma, o que levou ao agravamento do quadro. Também nesta sexta, a pasta ativou o Centro de Operação de Emergências (COE) para elaborar o Plano de Contingência do surto.
Segundo o ministério, o paciente ficou internado em um hospital público em Belo Horizonte (MG), precisou ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu. A causa da morte foi choque séptico agravado pela monkeypox. Até a última quarta-feira, 27, o mundo tinha registrado cinco mortes pela doença, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com a ativação do COE, o ministério vai elaborar estratégias para combater a doença com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fiocruz.
A monkeypox foi considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC, na sigla em inglês) pela OMS e contabiliza 21.067 casos no mundo, dos quais 978 foram registrados no Brasil.
Monkeypox
Descoberta em 1958, a monkeypox (varíola dos macacos) recebeu este nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. Ela circula principalmente entre roedores, e humanos podem se infectar com o consumo da carne, contato com animais mortos ou ferimentos causados por eles.
Entre os sintomas, estão: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. A erupção cutânea começa geralmente no rosto e, depois, se espalha para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. Antes do surto, a doença era considerada endêmica em países da África central e ocidental, como República Democrática do Congo e Nigéria.
Análises preliminares sobre os primeiros casos do surto na Europa e na América do Norte demonstraram que o vírus foi detectado por serviços de cuidados primários ou de saúde sexual e os principais pacientes eram homens que fazem sexo com homens. No entanto, a OMS já alertou que esta não é uma doença que afeta grupos específicos e que qualquer pessoa pode contraí-la se tiver contato próximo com alguém infectado.