O governo de São Paulo informou neste sábado, 6, que começou a produção de 8,6 milhões de novas doses da CoronaVac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan e desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac. Os 5.400 litros de insumos para a vacina chegaram da China na noite de quarta-feira, 3, e passam agora por processos de envase, rotulagem e inspeção das ampolas antes de serem distribuídos para a continuidade do Plano Nacional de Imunizações (PNI).
De acordo com o Butantan, a previsão é de que essas doses estejam disponíveis a partir do dia 23 de fevereiro. Um novo lote do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para a fabricação dos biofármacos, deve desembarcar no Brasil na próxima quarta-feira. Com ele, serão desenvolvidas mais 8,7 milhões de doses. Até o momento, a CoronaVac é a principal vacina anti-Covid utilizada em território nacional. Até esta sexta-feira 5, 9,8 milhões de doses já haviam sido disponibilizadas para o PNI.
É esperada para a noite de hoje uma aeronave trazendo o primeiro lote de IFA para a produção da Covishield no Brasil, desenvolvida a partir de uma parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. Um montante de dois milhões de ampolas do fármaco de Oxford havia sido importado da Índia após atrasos burocráticos. A iniciativa era uma resposta do governo Bolsonaro ao fato de o governador de São Paulo João Dória (PSDB) ter saído na frente no embate político contra o governo federal e vacinado, em 17 de janeiro, a primeira brasileira na pandemia, a enfermeira Monica Calazans, instantes após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter autorizado o uso emergencial da CoronaVac. A vacina de Oxford será produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde.
O PNI estabelece que 100 milhões de doses serão fornecidas pelo Butantan aos brasileiros, 100,4 milhões de doses da vacina da Fiocruz até junho e em torno de 110 milhões de ampolas da Covishield, de produção nacional, entre agosto e dezembro. Há memorandos de entendimento, que não significam obrigatoriedade de compra, das vacinas na Janssen (38 milhões de doses), Pfizer (70 milhões), Bharat Biotech, Moderna e do Instituto Gamaleya, da Rússia. A vacina do Gamaleya, a Sputnik V, cuja eficácia ultrapassou a casa dos 91%, levou a Anvisa a alterar as regras para aprovação de imunizantes no Brasil e dispensou a obrigatoriedade de se realizar, em território nacional, a fase três de estudos clínicos, quando um grande número de voluntários testa a eficácia e a segurança do fármaco.
Com isso, abriu caminho para que o Ministério da Saúde possa comprar também dos russos e ampliar o universo de vacinas disponíveis. Na última sexta-feira 5, a pasta comandada pelo general Eduardo Pazuello anunciou que pretende adquirir 10 milhões de doses da Sputnik V e 20 milhões de ampolas da Covaxin, desenvolvida pela indiana Bharat Biotech.