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Carrinhos de bebê aumentam exposição à poluição

Segundo estudo, a altura de alguns carrinhos usados para passeio deixa os bebês mais expostos aos poluentes, trazendo riscos à saúde

Por Da Redação
Atualizado em 15 ago 2018, 20h34 - Publicado em 15 ago 2018, 18h06
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  • De acordo com dados divulgados no ano passado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1,7 milhão de crianças menores de cinco anos morrem anualmente devido à poluição ambiental. Uma das causas, segundo novo estudo, pode ter relação com o uso de carrinhos de bebê em vias onde o tráfego de veículos é intenso. Um simples passeio pode expor as crianças a cerca de 60% a mais de poluição quando comparadas aos adultos. A poluição já foi relacionada ao aumento de problemas neurológicos.

    A pesquisa, publicada na revista Environment International, explica que o nível de exposição é maior, pois o equipamento é baixo e, portanto, mais próximo do chão e mais perto dos gases poluentes liberados pelos canos de escapamento dos veículos. Além disso, os riscos para a saúde são maiores porque as crianças são pequenas e mais frágeis por ainda estarem em fase de desenvolvimento.

    Por causa disso, os pesquisadores recomendam aos pais que evitem usar carrinhos de bebê muito baixos em ruas e avenidas movimentadas. Eles também indicam o uso de uma cobertura protetora para reduzir a exposição aos poluentes.

    Partículas poluentes

    De acordo com especialistas, a poluição do trânsito – proveniente de carros, ônibus e caminhões – contém altos níveis de metais tóxicos que podem prejudicar o desenvolvimento cerebral dos bebês, danificando o lobo frontal e afetando a capacidade cognitiva e neurológica, principalmente quando o tempo de exposição é prolongado. Após a revisão de pesquisas anteriores, os cientistas da Universidade de Surrey, na Inglaterra, descobriram que, dentro do carrinho de bebê tradicional (geralmente mais baixos), a cabeça das crianças fica a uma altura de 0,55 a 0,85 metro acima do solo.

    Como a quantidade de partículas finas poluentes é mais elevada no primeiro metro acima do nível do solo, as crianças acabam sendo expostas a até 60% a mais de poluição do que os adultos. Isso representa uma ameaça, especialmente porque as partículas tóxicas emitidas pelo escapamentos dos veículos são consideravelmente maiores para os pulmões e vasos sanguíneos das crianças em comparação aos dos adultos.

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    “Quando você considera como eles [bebês] são vulneráveis nesta fase inicial da vida, é extremamente preocupante que eles estejam sendo expostos a esses níveis perigosos de poluição”, comentou  Prashant Kumar, um dos autores do estudo, ao The Telegraph.

    Como diminuir os riscos

    Os pesquisadores aconselham que os adultos procurem utilizar carrinhos de bebê mais altos – como o modelo usado por Kate Middleton durante o batizado da princesa Charlotte, que ocorreu no mês passado. Por serem mais altos, essa versão reduz o nível de exposição. Além disso, usar carrinho de bebê em áreas com menor tráfego pode ajudar a contornar os riscos à saúde, assim como usar a cobertura protetora e evitar pontos críticos de poluição, como semáforos e paradas de ônibus.

    Kate Middleton
    Catherine Middleton, Duquesa de Cambridge durante o batizado de sua filha, Princesa Charlotte – 05/07/2015 (Chris Jackson/Getty Images)
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    Pensando globalmente, a equipe recomendou a governos e setores industriais a diminuição das emissões de poluentes de veículos grandes, como caminhões, e o incentivo ao uso do transporte público. “Para ajudar a proteger a saúde das crianças, precisamos promover alternativas aos carros movidos a gasolina e diesel”, acrescentou Jonathan Grigg, do Royal College of Pediatrics and Child Health, no Reino Unido, à BBC.

    Já Stefan Reis, do Centro de Ecologia e Hidrologia, comentou a importância do estudo para estimular projetos que solucionem o problema da poluição. “A pesquisa é convincente e importante para a avaliação tanto das fontes de emissões de poluentes do ar como os fatores locais, individuais e comportamentais que contribuem para a exposição. Com isso, pode ser possível a criação de projetos de intervenções”, concluiu.

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