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Conheça o vaginismo, doença que tira o prazer do sexo

A condição afeta de 3% a 5% da população feminina, mas ainda é pouco conhecida

Por Da Redação
Atualizado em 3 out 2018, 22h08 - Publicado em 3 out 2018, 18h19
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  • Para muitas mulheres a primeira relação sexual pode ser dolorosa, especialmente por causa do medo e/ou estresse. Para outras, todas as experiências sexuais são extremamente desconfortáveis. Uma das explicações para esse fenômeno é o vaginismo, condição que afeta de 3% a 5% da população feminina, mas ainda é pouco conhecida. “Você não consegue controlar o que seu corpo está fazendo. Sentia que havia algum problema comigo. Que era minha culpa”, contou Isley Lynn à BBC.

    O serviço de saúde pública do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês) caracteriza o vaginismo como uma reação automática do corpo diante da possibilidade da penetração vaginal. “São mulheres que têm dificuldade de ter relação sexual porque contraem tanto a musculatura que não conseguem permitir que o pênis chegue nem perto da vagina”, disse Carolina Ambrogini, ginecologista e sexóloga, ao Portal Drauzio Varella. Algumas pessoas encontram dificuldade até para inserir um absorvente interno, sentindo dor de ferroada ou queimação. O mesmo vale para o sexo.

    De acordo com a especialista, na maioria das vezes a causa do problema é psicológica, geralmente envolvendo crenças religiosas que, muitas vezes, demonizam o sexo — principalmente antes do casamento — e cultuam a virgindade como algo sagrado. Outros fatores que podem desencadear a doença são traumas e abusos sexuais. 

    Não é possível determinar quantas mulheres sofrem com o vaginismo já que muitas evitam falar sobre questões relacionadas a dor durante a relação sexual, que também pode ser causada por outros problemas.

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    Existe tratamento?

    Isley foi diagnosticada com vaginismo no final da adolescência. O tratamento consistiu em uso de dilatadores vaginais — que têm formato de absorventes íntimos e relaxam os músculos e ajudam a mulher a se acostumar a ter algo dentro da vagina. A fisioterapia também foi um dos recursos utilizados.

    No entanto, ela afirmou que os tratamentos não estavam gerando os resultados esperados. Isso acontece porque não é apenas o lado físico que resolve a questão; a abordagem da doença deve considerar também o lado psicológico, onde geralmente começa o problema. “Foi uma terapeuta que me perguntou o quanto eu realmente queria ser ‘normalizada'”, comentou Isley.

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    O aconselhamento sexual com sexólogos é uma das alternativas. “É uma espécie de terapia de conversa, para ajudar a pessoa a compreender e mudar os sentimentos em relação ao próprio corpo”, explicou Vanessa Mackay, obstetra e ginecologista do Queen Elizabeth University Hospital, na Escócia, à BBC. Técnicas de relaxamento e exercícios pélvicos também ajudam a relaxar os músculos vaginais.

    A britânica Teresa, de 23 anos, também foi diagnosticada com vaginismo e tentou outras formas de terapia para tratar o distúrbios. Para ela foi sugerido a hipnose, mas como se considera “muito cética” percebeu que o tratamento não estava funcionando. Mas isso não significa que não possa ser uma boa alternativa para outras mulheres. Segundo ela, apenas os dilatadores vaginais mostraram resultados positivos uma vez que ela teve a oportunidade de ensinar a si mesma a relaxar.

    Com a ajuda do tratamento, sua qualidade de vida melhorou. “A vida agora está muito boa. Eu não me preocupo mais com isso diariamente. No começo, foi difícil, mas quando você encontra a sua solução para lidar com o problema, as coisas ficam mais fáceis”, revelou à BBC.

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