Cerca de 162 milhões de brasileiros, aproximadamente 99% da população “vacinável” contra Covid-19 no país, devem receber o imunizante CorovaVac, para que seja atingida a chamada imunidade coletiva, isso é: quando uma parte suficiente da população está imunizada e consegue impedir a transmissão do vírus de maneira volumosa, barrando a pandemia. A análise foi realizada pelo Instituto Questão de Ciência.
A população vacinável exclui, por exemplo, gestantes, crianças e grupos nos quais a vacina não foi testada. O número de pessoas que precisam receber as doses é calculado a partir de indicadores como a eficácia do imunizante — a da CoronaVac é 50,38% — e a taxa de transmissão que o vírus se espalha. “Esse número da eficácia serve exatamente para que seja possível saber quantas pessoas precisam ser imunizadas, quanto maior a taxa, menos vacinas precisam ser aplicadas”, diz Luiz Gustavo de Almeida, coordenador dos projetos educacionais do Instituto Questão de Ciência.
O pesquisador, no entanto, afasta a ideia de que a taxa de eficácia do imunizante (menor do que outras vacinas contra Covid-19 que já divulgaram o número) seja uma má notícia. “A vacina da gripe tem eficácia que varia entre 40% e 60%, e ninguém questiona esse valor. Mesmo assim, ela presta um grande serviço às pessoas”, garante. “É preferível vacinar 160 milhões de pessoas com uma vacina de eficácia menor do que 200.000 com um imunizante de 90% de eficacia. A CoronaVac é uma vacina adequada à nossa realidade”, explica.
Neste sábado, 16, o Brasil chegou à média móvel de 936 mortes e 53.701 casos da Covid-19.