CoronaVac: voluntários foram altamente expostos ao vírus, diz Butantan
Especialistas afirmaram que teste foi conduzido de forma diferente do que outras vacinas com taxa de efetividade mais alta
O governo do Estado de São Paulo revelou nesta terça-feira, 12, que a eficácia global da vacina contra a Covid-19 CoronaVac é 50,4%. O dado diz respeito a todas as manifestações da doença após a vacinação, mesmo as muito brandas, que não necessitam de ajuda médica. Na ocasião, o secretário Jean Gorynchtein ratificou o caráter seguro do fármaco.
O número está acima dos 50% mínimos pedidos pela a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que o medicamento seja aprovado e também estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A taxa da eficácia global, divulgada hoje, é importante para gestores de saúde pois com ela é possível saber o quanto da população precisa ser vacinada para que se atinja a imunidade coletiva — barrando a disseminação da doença.
Em sua fala nesta terça, Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que, em abril, havia uma vacina já desenvolvida — na China, pela Sinovac, — para combater o Sars-Cov-1, o vírus que causou a epidemia de Sars. E que este medicamento foi adaptado para o novo coronavírus. Ele disse que, nos testes brasileiros de fase 3, as pessoas elencadas para realizar os testes estavam expostas a altas cargas virais diariamente: profissionais da saúde. “Escolhemos a população que desafiaria a vacina de forma mais intensa”, disse. “É o teste mais difícil e mais duro que uma vacina pode enfrentar”, comentou, em relação a outros testes com vacinas que teriam aplicado doses em outros públicos— menos expostos à Covid-19.
Em relação a isso, o diretor médico do Instituto Butantan, Ricardo Palácios, afirmou que a escolha da população de estudo — profissionais de saúde com contato de Covid-19 — foi uma forma de garantir um teste “difícil” para a vacina, garantindo, deste modo, que ela se comportaria melhor na população com menos exposição à doença. Além disso, ele disse que o monitoramento levou em conta até os casos mais leves possíveis.
Ele afirmou que a CoronaVac é “uma das melhores vacinas do mundo”, sobretudo, por conta de sua segurança e facilidade de transporte. Covas disse que novos testes devem ser deflagrados, um deles com crianças e adolescentes. No Brasil, 12.508 pessoas participaram dos testes em dezesseis centros de pesquisa em oito estados.
A CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica Sinovac Life Science, teve o pedido de uso emergencial protocolado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na sexta-feira, 8.