Coronavírus: vacina da Moderna entra na última fase de testes
O estudo, conduzido nos Estados Unidos, contará com a participação de cerca de 30.000 voluntários saudáveis
A farmacêutica americana Moderna começou nesta segunda-feira, 27, a última fase de testes em humanos da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID). O estudo, que busca avaliar a eficácia do imunizante, está sendo conduzido nos Estados Unidos e contará com a participação de cerca de 30.000 voluntários saudáveis.
A primeira dose já foi aplicada em uma paciente em Savannah, no estado da Georgia. A vacina chamada mRNA-1273 será testada em aproximadamente 89 centros de pesquisa clínica nos Estados Unidos, dos quais 24 fazem parte da NIH Coronavirus Prevention Network, uma rede criada pelo NIAID e pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) para realizar testes clínicos fase 3 de vacinas e anticorpos monoclonais. De acordo com o NIH, os centros designados para conduzir o estudo serão selecionados de acordo com a disseminação do vírus na região.
Os participantes serão divididos em dois grupos: um receberá duas doses da vacina, aplicadas nos dias 1 e 29 do estudo, respectivamente, e o outro receberá duas doses de um placebo na mesma data. O estudo é duplo cego, então nem os participantes nem os pesquisadores sabem quem está recebendo a vacina contra o coronavírus e quem está no grupo placebo. O objetivo é avaliar se a vacina é capaz de prevenir a infecção pelo coronavírus e evitar o desenvolvimento de sintomas graves.
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Clique e AssineA vacina desenvolvida pela Moderna foi a primeira a começar os testes clínicos em humanos. A empresa desenvolveu o imunizante em tempo recorde: foram apenas 63 dias. A empresa utiliza uma plataforma nova, a base de RNA mensageiro, que em vez de carregar pedaços do vírus, como as vacinas tradicionais, usa pedaços do material genético do coronavírus para estimular o organismo a produzir anticorpos.
Os resultados do estudo fase 1 da vacina foram publicados no início de julho mês no periódico científico New England Journal of Medicine e mostraram que o imunizante é seguro e capaz de induzir resposta imune em todos os voluntários. Os principais efeitos colaterais relatados foram considerados leves e incluíram fadiga, calafrios, dor de cabeça, dor muscular e dor no local da injeção.
Essa é a terceira a vacina a começar a fase 3 de testes em humanos. As duas primeiras foram a da Universidade Oxford desenvolvida em parceria com a farmacêutica britânica AstraZeneca e o imunizante desenvolvido pela empresa chinesa Sinovac Biontech. Ambos os testes estão em andamento no Brasil. Atualmente, mais de 165 vacinas candidatas estão em desenvolvimento em todo o mundo.