Covaxin: Anvisa veta importação de 20 milhões de doses
A negativa ocorreu após laboratório desenvolvedor do imunizante ter sido reprovado na análise de boas práticas de fabricação
Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, por unanimidade, não autorizar a importação da vacina Covaxin, contra Covid-19, da farmacêutica Bharat Biotech.
A avaliação do pedido pela reguladora foi feita a partir de uma solicitação do Ministério da Saúde, no dia 22, para que fossem importadas 20 milhões de doses do imunizante, fabricado na Índia.
De acordo com o diretor Alex Machado Campos, relator do processo, após a análise dos documentos foi verificado que o pedido não cumpre com os requisitos mínimos definidos por lei para esse tipo de processo.
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Análise realizada não se trata de uma avaliação para conceder uso emergencial ou registro sanitário da vacina, que necessitaria de uma avaliação robusta de qualidade, segurança e eficácia. A recusa atual leva em conta somente evidências disponíveis para que ocorresse a importação em caráter de emergência.
A Covaxin, lembra a Anvisa, conta com autorização para uso emergencial na Índia, concedida por meio da autoridade indiana (Cdsco).
Sobre a análise de dados de hoje, a agência diz que não foi entregue o relatório técnico da avaliação da vacina emitido ou publicado pela autoridade sanitária da Índia, conforme pede a lei para esse tipo de processo. A documentação faltante “deve ser capaz de comprovar que o produto atende aos padrões de qualidade, de eficácia e de segurança estabelecidos pela OMS”, diz comunicado da agência.
Boas práticas de fabricação
A negativa ocorreu após avaliação das informações técnicas disponíveis, sobretudo aquelas relacionadas à realização de inspeção de Boas Práticas de Fabricação na fabricante Bharat Biotech International Limited, que foi reprovada pelos técnicos.
“Não é possível conceder autorização para a importação, visto que a vacina será fabricada nessas instalações”, diz a Anvisa em comunicado. Na medida em que ocorram os ajustes necessários na planta fabril, porém, não há empecilho para que novos pedidos de importação sejam realizados, conclui o comunicado.
Novos pedidos de importação dessa vacina também poderão ser efetuados novamente, com a apresentação dos documentos necessários.
Sem as doses da Covaxin, o mês de abril perderá 19% das vacinas prometidas, conforme levantamento da reportagem de VEJA. A maior parte das entregar previstas para o próximo mês, porém, dependem da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Butantan, já aprovados pela agência reguladora brasileira para produzir vacinas contra a Covid-19.
Até agora, o Brasil distribuiu um volume de doses correspondente a 8,3% da população. Confira os números do país: